Há 10 anos atrás acontecia a tragédia na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro

No dia 11 de janeiro de 2011, o Brasil se comoveu com as histórias que surgiram após a chamada "tragédia da Serra", considerada um dos maiores desastres naturais da história do país.

Oficialmente, foram 917 mortos e 345 desaparecidos, mas entidades sociais acreditam que o número tenha sido bem maior.

Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Cordeiro e outras cidades menores da Região Serrana do Rio de Janeiro amargaram perdas econômicas, de infraestrutura e a pior de todas: centenas de pessoas morreram em deslizamentos, avalanches de pedras, alagamentos, desmoronamentos, e mais de 35.000 ficaram desabrigadas ou desalojadas. Ainda hoje, muitas não conseguiram outra moradia e continuam sofrendo com as chuvas de verão.

Governo do estado promete investimentos na região

​O governador do estado em exercício, Cláudio Castro, publicou decreto transferindo a sede do governo para a região — nos dias 10, 11 e 12 deste mês — em homenagem às vítimas e para ver de perto a situação atual.

Passados dez anos, e aproveitando a visita de Castro à região, o governo do estado anunciou investimentos, como obras de recuperação de vias, desassoreamento de rios, recursos em dinheiro para famílias de agricultores e construção de casas populares com recursos do governo federal.

Chuvas além do normal

De acordo com a meteorologista Fabiene Casamento, da Somar Meteorologia, o evento verificado em 2011 na Serra Fluminense foi desencadeado por uma zona de convergência do Atlântico Sul (ZCAS), uma "banda de nebulosidade" que traz chuvas persistentes e volumosas da região amazônica para o Sudeste. 


Foi justamente esse volume de precipitação acima do normal, em pouco tempo, que causou estragos profundos nas encostas de diferentes municípios da região.

Ainda para este verão são esperadas fortes chuvas no estado do Rio, com a possível formação de novas ZCAS. 


Atualmente, os governos têm acesso a tecnologias significativamente eficazes de monitoramento e previsões meteorológicas. Estes funcionam com ainda mais precisão quando se trata de fenômenos de grande escala, como as zonas de convergência. Assim, no caso de um novo temporal com possibilidades de causar grandes estragos, a meteorologista acredita que as autoridades conseguiriam realizar uma comunicação mais efetiva com a população algum tempo antes de a tempestade chegar.


"O estado do Rio de Janeiro já tem radares meteorológicos atuando. Isso já ajuda no monitoramento, avisar com horas de antecedência. Ele já tem um processo de evacuar os munícipes da região. Se tiver mais radar, apesar de ser muito caro, também facilitaria. Mas, com o radar que está atuando hoje já dá para ter noção... Aliás, tem dois radares atuando no Rio de Janeiro", finalizou Fabiene.

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