De olho em ter o maior conglomerado de produção de mídia, Jared Kushner, genro de Donald Trump, está envolvido junto de Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos, na Oferta da Paramount pela compra da Warner Bros. Discovery


Jared Kushner e David Ellison - Foto Reprodução

A oferta hostil de US$108 Bilhões De Dólares (R$586 Bilhões) da Paramount pela Warner Bros. Discovery, feita na segunda-feira, incluiu uma lista de investidores alinhados para apoiar a proposta. Talvez nenhum tenha chamado mais atenção do que a Affinity Partners, a firma de private equity fundada por Jared Kushner, genro do presidente Donald Trump.


A Paramount afirmou no documento que Larry Ellison, fundador da Oracle e pai do CEO da empresa, David Ellison, juntamente com a firma de private equity RedBird Capital Partners, havia se comprometido a garantir os US$ 40 bilhões em dinheiro necessários para a oferta. Mas a empresa reuniu vários outros investidores, incluindo a firma de private equity de Kushner, para repassar parte desse investimento.


Não estava claro pelo documento quanto a firma de Kushner havia oferecido como investimento. A Paramount se recusou a comentar.


A inclusão da Affinity Partners adiciona um novo elemento político à disputa pela Warner Bros. Discovery. O governo Trump precisará aprovar qualquer acordo. O presidente tem sido há muito tempo crítico da CNN, uma das propriedades da empresa. Se os Ellison conseguirem fechar um acordo com a ajuda da Affinity, uma parte da empresa controladora seria de propriedade da família Trump.


É altamente incomum que um presidente tenha uma influência direta em grandes acordos corporativos, que normalmente são revisados por órgãos reguladores independentes, afastados da influência de políticos. Mas, no domingo, Trump disse que estaria “envolvido” na revisão regulatória do acordo da Netflix.


Kushner fundou a firma de private equity após o primeiro mandato de Trump e enfrentou escrutínio por sua forte dependência do fundo soberano saudita conhecido como Fundo de Investimento Público (PIF). A firma, que administra cerca de US$ 5,4 bilhões, era conhecida principalmente por adquirir pequenas participações em empresas como o Shlomo Group, uma empresa israelense de leasing e financiamento de automóveis, e a Dubizzle, um site de classificados com sede em Dubai.


Mais recentemente, porém, ela passou a se envolver em negócios maiores e de maior destaque. Está investindo ao lado do PIF e da Silver Lake Partners para comprar a Electronic Arts por cerca de US$ 55 bilhões.


Outros financiadores da oferta da Paramount incluem os fundos soberanos da Arábia Saudita, Catar e Abu Dhabi. A Paramount afirmou em documentos regulatórios que esses investidores abririam mão de qualquer participação na governança da Warner Bros. Discovery, bem como de assentos no conselho.


A empresa explicou no documento que fez essas concessões para aliviar preocupações sobre a aprovação do acordo pelo Comitê de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos (CFIUS), o comitê interagências que avalia se uma transação representa riscos à segurança nacional.


Se a Paramount concluir a aquisição da Warner Bros., Ellison e RedBird serão os acionistas controladores da nova empresa.


Alguns especialistas em segurança nacional disseram que a transação ainda poderá ser analisada de perto.


— As únicas maneiras de ter certeza de que sua transação não está sujeita ao CFIUS são: primeiro, não ter investidores estrangeiros ou, segundo, obter uma carta do CFIUS dizendo que ela não é abrangida — afirmou Aaron Bartnick, ex-integrante do CFIUS na Casa Branca de Biden e no Departamento do Tesouro.


A Paramount também informou que firmou novos acordos de financiamento de dívida com o Bank of America, Citi e Apollo Capital Management, de até US$ 54 bilhões.


A proposta da Netflix em comprar a Warner Bros. Discovery foi de US$72 Bilhões De Dólares (R$392 Bilhões). A proposta da Paramount com os investidores conseguidos por Jared Kushner são os favoritos para efetuarem a compra.

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