Deputados Britânicos dão OK para aprovação do Brexit


Os parlamentares britânicos deram, nesta quinta-feira (9), sua aprovação final ao texto que permitirá ao Reino Unido começar a deixar a União Europeia em 31 de janeiro em uma votação histórica, após três anos e meio de crise.

A Câmara dos Comuns, amplamente dominada pelo partido do primeiro-ministro conservador Boris Johnson, aprovou o texto com 330 votos a favor. Votaram contra 231 parlamentares.
O texto será agora encaminhado para votação final na Câmara dos Lordes e depois enviado para receber a assinatura da rainha, na próxima semana. O acordo do Brexit, então transformado em lei, deverá ser ratificado pelo Parlamento Europeu em 29 de janeiro, dois dias antes da data final para a saída do bloco.

A decisão do Reino Unido em deixar a União Europeia foi tomada em um plebiscito em 24 de junho de 2016. O resultado da votação provocou a queda do então primeiro-ministro David Cameron. Em seu lugar assumiu Theresa May, encarregada de negociar o Brexit ( uma junção das palavras em inglês “British” e “exit” que significa “saída britânica”).

Rejeições e adiamentos
May, entretanto, demorou quase dois anos para apresentar um projeto que - mesmo aprovado pela União Europeia - não foi bem recebido pelo Parlamento britânico.

Em sua primeira tentativa de aprovar o texto, em janeiro de 2019, May recebeu 432 votos contra e 202 a favor, a maior derrota do governo na história moderna (o recorde anterior era de 1924, com diferença de 166 votos). Em 12 de março, ele foi reapresentado e novamente rejeitado, com 391 votos contra e 242 votos a favor.

A última tentativa da ex-primeira-ministra, em 29 de março, teve 344 parlamentares votando contra e 286 a favor do acordo. O desgaste de três rejeições acabou provocando a renúncia de Theresa May, anunciada em maio e efetivada em junho, e a posse de Boris Johnson como seu substituto.

Outro revés provocado pelas rejeições no Parlamento britânico foram os adiamentos: a data para a saída da União Europeia foi alterada três vezes no último ano. Inicialmente, o Brexit deveria ter começado em 29 de março de 2019, mas foi adiado para 22 de maio - ou 12 de abril dependendo do sucesso do acordo de May entre os parlamentares.

Com as rejeições, a ex-premiê conseguiu uma nova extensão, desta vez até 31 de outubro. Johnson até afirmou que cumpriria esse prazo, com ou sem acordo, mas foi impedido por uma lei aprovada no Parlamento, e se viu forçado a requisitar mais um adiamento. Assim, chegou-se à data de 31 de janeiro de 2020.

O quadro mudou após as eleições de dezembro, quando o Partido Conservador - o mesmo de Johnson - conquistou uma esmagadora vitória. Com ampla maioria no Parlamento, se tornou muito mais fácil para o primeiro-ministro obter a aprovação para seu projeto nesta quinta-feira.


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