Fim do dinheiro em papel moeda? Governo Brasileiro anuncia novo sistema de pagamento pelo Banco Central, utilizando o PIX que será pago através de QR CODE


O Banco Central e o governo de Jair Bolsonaro lançaram nesta quinta-feira 20, um novo meio de pagamentos instantâneo, chamado de Pix, que vai permitir que transferências de dinheiro entre contas correntes sejam feitas em até dez segundos e, na média, em dois segundos.

Pelo novo sistema, também será possível pagar contas de luz, água, cartão de crédito, ou realizar pagamentos de contas de supermercados, restaurante ou de uma viagem de táxi, por exemplo.

A novidade começa a funcionar a partir de 20 de novembro deste ano, e aparacerá como opção de pagamento nos aplicativos de grandes bancos, credenciadoras de cartões e fintechs que aderirem ao sistema.


Uma das principais ¨vantagens¨ do PIX, segundo o Banco Central, é que as transações poderão ser feitas em qualquer horário, dia da semana ou do ano, diferentemente do que ocorre com DOC e TED, que possuem restrições. Além disso, o pagamento será efetuado em no máximo dez segundos. No TED, por exemplo, o tempo máximo é de uma hora e meia.

As empresas terão liberdade para cobrar tarifas de seus clientes, como se faz, por exemplo, no TED e no DOC. O PIX poderá ser utilizado em todos os dispositivos eletrônicos das instituições financeiras ou de pagamento, como aplicativos para smartphones e caixas eletrônicos.

A nova modalidade também poderá ser usada para qualquer tipo de transação, como transferências de dinheiro entre pessoas ou empresas, realizar compras presencialmente ou na internet, pagar contas domésticas, como água e luz, além de pagar taxas públicas, como a de passaportes ou impostos, ou de serviços públicos, como o transporte público.

                                                     logo do PIX - foto reprodução


O Banco Central acredita que o PIX será mais utilizado em smartphones, pois as instituições financeiras ou de pagamento vão disponibilizar em seus aplicativos a opção. A finalização da transação poderá ser feita por QR Code ou por preenchimento de dados pessoais como CPF, e-mail ou número de celular. Os mecanismos de segurança para autenticação do usuário vão variar de acordo com a instituição.

Entre os exemplos práticos citados pelo BC está a possibilidade de pagar um pipoqueiro por meio de um QR Code gerado pelo vendedor, com o pagamento feito pelo aplicativo da instituição financeira na qual o consumidor tem conta.

O comerciante poderá criar um QR Code sempre igual para compras no mesmo valor, chamado pelo BC de QR Code estático, ou gerar um QR Code diferente para cada transação, para o caso de ter mais possibilidades de preços e produtos. A opção foi chamada pelo BC de QR Code dinâmico.


               Pagamentos com aproximação de Smartphones pelo PIX, será em 2021

Segundo o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, João Manoel de Pinho Mello, a ideia é que o PIX seja instantâneo para pagamentos como o WhatsApp é para mensagens. Ele espera também que o nome "PIX" se popularize de tal forma que as pessoas comecem a dizer "me faz um PIX" ou "me paga com PIX", assim como se fala atualmente para DOC ou TED.

Pinho de Mello também comparou o PIX aos boletos bancários e disse que a nova modalidade, por ser mais rápida, pode diminuir prazos de entrega de compras feitas pela internet. Enquanto o boleto bancário demora um dia ou dois para registrar o pagamento, o PIX o fará em menos de dez segundos.

"Então, um prazo de entrega de sete dias, por exemplo, poderá cair para dois dias", afirmou o diretor. Segundo a apresentação do BC, em compras feitas em loja online, o PIX vai aparecer como opção de pagamento ao lado de boleto bancário e cartão.

De acordo com o diretor, todas as possibilidades oferecidas pelo PIX estarão disponíveis a partir do dia 16 de novembro, com exceção de pagamentos feitos por aproximação do smartphone, que começarão a funcionar em 2021.

O BC quis deixar claro que cada instituição financeira ou de pagamento poderá oferecer soluções próprias para facilitar a experiência do usuário e se diferenciar dos seus concorrentes. O que o governo está oferecendo é um novo meio de pagamento, que servirá como plataforma para as empresas.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, que fez uma rápida apresentação no início do lançamento, acredita que a nova modalidade de pagamento seja um "embrião" da transformação de intermediação financeira que ocorrerá no País, em meio ao crescimento da indústria de fintechs. "Com esse projeto e outros que virão ao longo de 2021, vamos ter uma diferenciação da forma de fazer transações financeiras no Brasil", disse.





As transações poderão ser feitas por meio de QR Code ou a partir da inserção de informações simples como número de celular, e-mail, CPF ou CNPJ (tecnicamente chamadas de chave ou apelido).

Quanto aos QR Codes, o BC estabeleceu dois tipos: estático e dinâmico.

O estático poderá ser usado em múltiplas transações e permitirá a definição de um valor fixo para um produto ou a inserção do valor pelo pagador. Poderá ser usado para uma transferência entre duas pessoas, por exemplo.

Já o QR Code dinâmico será de uso exclusivo a cada transação e permitirá a inserção de informações adicionais, o que facilita a conciliação e automação comercial. Ele servirá para o pagamento de uma compra em um supermercado ou em um restaurante, entre outras possibilidades.

“Com o PIX será possível enviar e receber quantias instantaneamente a partir de diversos meios, inclusive aplicativos em smartphones, a qualquer hora do dia e da noite”, explica Carlos Eduardo Brandt, chefe adjunto no Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro, do BC. Além das funcionalidades que estarão disponíveis em novembro, já estão no radar evoluções importantes como, por exemplo, pagamento por aproximação.

Em nota, a Febrapan (Federação Brasileira de Bancos), afirmou que também apoia a iniciativa que irá aumentar a inclusão financeira no país, estimular a competitividade e aprimorar a eficiência no mercado de pagamentos.

“A Febrapan vê o PIX como uma inovação que trará mais segurança e conveniência ao consumidor em suas transações financeiras”, afirma Leandro Vilain, diretor de Negócios e Operações da FEBRABAN. “Essa medida é condizente com os investimentos que o setor bancário vem fazendo em modernização tecnológica, de aproximadamente R$ 19,5 bilhões anuais”, completa ele.

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