A Covid-19 no Oriente Médio: Jihad e imãs virtuais


A pandemia de COVID-19 veio para colocar lenha na fogueira do Oriente Médio, região que já enfrenta conflitos, sectarismo e crise econômica. Como a região está lidando com a pandemia e quais as novas tendências catalisadas pela quarentena?

O Oriente Médio e o Norte da África, região de maioria muçulmana e muitas riquezas naturais, enfrenta há séculos disputas internas e interferência estrangeira.

Nesta segunda-feira (14), especialistas do Conselho de Relações Internacionais da Rússia (RSMD, na sigla em russo) reuniram-se para debater qual o impacto da pandemia nessa tumultuada região.

"As esperanças que tínhamos há alguns meses de que o Oriente Médio poderia ser poupado da epidemia do novo coronavírus não se concretizaram", disse Andrei Kortunov, diretor-geral do RSMD.
"As estatísticas [da região] não são muito boas: Arábia Saudita e Turquia têm mais de 200 mil casos, enquanto Qatar, Egito e Iraque já ultrapassam os 100 mil", lamentou Kortunov. "A única boa notícia é que o nível de mortalidade ainda não é muito alto."

Para o diretor do centro de estudos islâmicos da Escola Superior de Economia de Moscou, Gregory Lukyanov, as estatísticas regionais não refletem o real estado epidemiológico da região.

"Irã, Arábia Saudita, Qatar e Israel são os países da região com mais casos registrados, porque têm sistemas de estatísticas nacionais mais desenvolvidos e sistemas de saúde mais robustos", argumentou Lukyanov.
"A COVID-19 também prolifera na Líbia, na Síria ou no Iêmen, mas, em função dos conflitos militares, é impossível coletar dados estatísticos adequados nesses locais", disse Lukyanov.


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