Bolsonaro vai à Jantar em resort para se encontrar com Trump e Jared Kushner nos EUA



No jantar hoje no resort de Mar-a-Lago, na Flórida, os presidentes dos Estados Unidos e do Brasil, Donald Trump e Jair Bolsonaro, falarão sobre a crise na Venezuela e sobre a parceria econômica entre os dois países.

As informações são de integrantes do alto escalão do governo americano, que destacaram a assinatura, durante a viagem, da adesão do Brasil ao programa América Cresce, para viabilizar projetos de infraestrutura em países latino-americanos.

A ideia também seria abrir caminho para um futuro acordo de comércio Brasil-EUA, objetivo do governo americano. A visão do governo americano é que, por mais que a relações passadas entre governos dos Estados Unidos e do Brasil tenham sido amigáveis, nunca foram tão amigáveis quanto agora, e que, se alguma dupla de presidentes for capaz de levar esse plano adiante, seriam Trump e Bolsonaro.

As fontes do governo americano afirmam que, nos próximos dias, deve haver um escalonamento para maximizar a pressão sobre a Venezuela para alcançar a “transição democrática” e eleições justas no país.

Estarão presentes no jantar ao lado de Trump a assessora especial da Casa Branca e filha do presidente, Ivanka Trump, o genro e assessor sênior, Jared Kushner, o conselheiro de Segurança Nacional, Robin O'Brien, o presidente da Corporação Internacional para o Desenvolvimento das Finanças dos Estados Unidos, Adam Boehler e o diretor para Hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Mauricio Claver-Carone.

Do lado brasileiro, está confirmada a presença do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo e do indicado para a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster. A indicação de Forster já foi aprovada pela Comissão de Relações Exteriores do Senado e deve passar pelo plenário.

O governo americano vê Brasil e Estados Unidos como âncoras de um “Eixo Norte-Sul”, cujos valores, segundo esses integrantes do alto escalão, seriam incompatíveis com o envolvimento de atores externos como a China e a Rússia.

As mesmas autoridades do alto escalão dizem que a implementação da tecnologia 5G no Brasil e em outros países é uma prioridade para os Estados Unidos. O entendimento do governo americano é que o assunto se trata de uma questão de segurança nacional, em nome da “privacidade dos cidadãos brasileiros”.

Os integrantes do alto escalão também dizem que a presença da tecnologia chinesa de 5G no Brasil, sobretudo por meio da Huawei, pode ser um grande impedimento para cooperação  entre Brasil e Estados Unidos na área de Defesa e de Inteligência. Essa presença chinesa já estaria afetando a cooperação entre Estados Unidos e Reino Unido, por exemplo.

O jantar com Trump pode ser considerada o ponto alto da viagem do presidente aos EUA, a terceira em pouco mais de um ano no cargo. O encontro começou a ser costurado no ano passado, depois de conversa entre o chanceler, Ernesto Araújo, e o secretário de Estado, Mike Pompeo, na Colômbia. 

Bolsonaro, que é um admirador declarado do republicano, já se reuniu com Trump em sua visita de Estado aos EUA, em março de 2019, e na cúpula do G20 no Japão, em junho do ano passado. Os dois tiveram um breve encontro durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro de 2019, em Nova York, quando o brasileiro disse ao americano: "I love you".

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