Máximo solar chegará 1 ano mais cedo e pode durar mais do que o previsto


Um relatório da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) prevê que o máximo solar, antes previsto para 2025, pode ocorrer um ano antes. Além disso, a quantidade de manchas solares e erupções durante esse período pode ser maior do que se pensava.


Desde 2020, pesquisadores, astrônomos profissionais e amadores e cientistas cidadãos notam uma quantidade de manchas solares acima do previsto no início do ciclo solar atual de 11 anos, o período no qual a atividade magnética no Sol varia em intensidade e complexidade. Quanto maior for essa atividade, mais erupções podem acontecer.


Cada ciclo é dividido em três fases: o mínimo solar, que é quando o Sol não apresenta quase nenhuma atividade; máximo solar, com a maior atividade dentro do ciclo; e o declínio rumo ao mínimo solar do ciclo seguinte.


Atualmente, estamos no ciclo de número 25, que teve início em dezembro de 2019 e tem seu máximo previsto para 2025. Na época, a NOAA solicitou e recebeu quase 50 previsões feitas por diferentes instituições científicas, e criou um gráfico com uma faixa de incertezas. A ideia unânime era que não haveria muita atividade durante o ciclo 25.


Entretanto, as previsões foram derrubadas já em 2020, com estudos medindo a atividade daquele início de ciclo e demonstrando que ela não correspondia às previsões obtidas pelo NOAA. Agora, os pesquisadores estão surpresos com uma quantidade de manchas solares e erupções acima do esperado.


Com a atividade alta em 2023, alguns estudos chegaram a comparar o ciclo atual com o de número 23 (ocorrido entre 1996 e 2008). Curiosamente, o ciclo 23 não foi apenas mais intenso que seu sucessor (24), como também mais longo que o habitual, durando 12,3 anos.


Previsão do máximo solar

Em seu novo relatório, o NOAA publicou uma atualização da previsão de 2019, mostrando o quanto as observações contrariaram o parecer das instituições científicas. No gráfico abaixo, a mancha em tom rosa pastel representa a faixa de incertezas dessas previsões, enquanto a linha preta indica a quantidade de manchas observadas entre 2020 e o final de 2023.

Gráfico do NOAA compara previsões feitas em 2019 com as observações até o momento. Também apresenta uma previsão atualizada para o restante do ciclo (Imagem: Reprodução/NOAA)
Gráfico do NOAA compara previsões feitas em 2019 com as observações até o momento. Também apresenta uma previsão atualizada para o restante do ciclo (Imagem: Reprodução/NOAA)

Observe que mais da metade das observações ultrapassaram a faixa de incertezas de 2019, ou seja, nem as previsões mais alarmantes daquele chegaram perto do que aconteceu em seguida.


A linha vermelha que acompanha a linha azul (a média de manchas observadas) representa a previsão atualizada do NOAA, considerando as observações até o momento. As manchas em lilás representam as novas faixas de incertezas. No gráfico inferior, estão as previsões anteriores e atualizadas para a emissão solar de ondas de rádio na faixa de 2.800 MHz, também associadas à atividade do Sol.


Por fim, o gráfico do NOAA mostra algo curioso: o pico de atividade do ciclo atual está posicionado em algum momento de 2024, sendo que a expectativa era que isso ocorresse em 2025. Portanto, não vai ser uma surpresa se o máximo ocorrer daqui a cerca de um ano.

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