MDMA: A nova droga que está aterrorizando e destruindo Jovens


Sábado 16, 2 da manhã. Em uma festa regada a música brasileira, cerveja gelada e temperatura de 25 graus, com vista estupenda para a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, cinco amigos de corpo sarado exibido por camisa aberta se reúnem em torno de um saquinho plástico contendo um pó cristalizado. Enquanto o DJ toca para a pista abarrotada um remix dançante de Mania de Você, antigo hit de Rita Lee, os integrantes da roda se servem da substância como se estivessem tendo acesso a um pote de ouro. Com o dedo, levam o conteúdo direto à língua (há quem prefira diluí-lo na água). O consumo não ocorre escondido dos olhos de ninguém, dura menos de trinta segundos, e demora entre dez e vinte minutos para o negócio percorrer a corrente sanguínea e bater no cérebro. Nas horas seguintes, os usuários vão experimentar seus potentes efeitos estimulantes e alucinógenos. Inundado pela química que altera a regulação dos neurotransmissores, o organismo fica em estado de hipersensibilidade, o que amplia percepções como o sentimento de prazer. “Eu tenho vontade de dançar e tocar nas pessoas, fico muito sexual”, descreve a universitária paulistana R.M., de 21 anos.
Cenas semelhantes vêm se repetindo em baladas, shows, raves, festas de faculdade e encontros ao ar livre em vários pontos do país. A substância em questão é uma das drogas mais potentes e perigosas já desenvolvidas em laboratório: o MDMA (sigla para 3,4-metilenodioximetanfetamina). Os mais íntimos a chamam apenas de MD. Ela é também conhecida por apelidos como “Michael Douglas”, “Madonna” ou “Molly”. Trata-se de uma espécie de versão melhorada do ecstasy, a denominada pílula do prazer, que perdeu parte da popularidade entre os jovens com maior poder de compra, sobretudo os millennials, quando passou a ser misturada pelos traficantes a substâncias como bicarbonato de sódio, provocando efeitos colaterais como vômitos e diarreias.
Considerado muito mais puro, o MDMA desembarcou no Brasil há mais de dez anos e, por essas e outras “vantagens”, transformou-se nos últimos tempos no mais procurado combustível sintético de adolescentes e adultos de classe média alta. O uso disseminado fez a droga fabricada em laboratório ser apontada como o lança-perfume dos novos tempos, sendo um dos aditivos mais usados em blocos e bailes de Carnaval. Virou também elemento da cultura pop, com citações em letras de música, sobretudo funk, além de menções em estampas de camisetas de marcas famosas. Há riscos enormes no consumo do entorpecente, mas que são desprezados por grande parte dos usuários. O MDMA provoca distúrbios importantes no organismo e, em casos extremos, leva à morte por falência hepática, hipotermia ou parada cardíaca.
Para as autoridades encarregadas da repressão às drogas no Brasil, um dos alarmes que despertaram atenção foi o aumento substancial de apreensões desses sintéticos no país. Só no Estado de São Paulo essas ações tiveram crescimento de cerca de 360% no primeiro semestre de 2019 em comparação ao mesmo período de 2018. Nesse espaço de tempo, flagras relacionados a cocaína e crack evoluíram em torno de 80%. A denominação “sintéticos” abriga vários tipos de droga, incluindo o ecstasy, mas os especialistas atribuem ao MDMA o papel de ter inflado os números. Por isso, recentemente, criou-se uma categoria específica para ele a fim de monitorar de perto o fenômeno. Mais preocupante ainda é que os dados podem não refletir o tamanho da encrenca. Diferentemente da maconha e da cocaína, o MDMA é inodoro e pode passar despercebido pela fiscalização. Para comprovar que a substância é ilícita, é necessário fazer um teste químico minucioso. “Às vezes, o MDMA vem escondido em frascos de remédio ou dentro de comprimidos”, diz o delegado Fabrizio Galli, chefe da área de entorpecentes da Polícia Federal de São Paulo. Outro problema: pouca droga faz a cabeça de muita gente. Com 1 grama, vendido a partir de 150 reais, é possível garantir a euforia de um grupo de dez pessoas ao longo de uma noite inteira.
 NA BALADA – Rave em São Paulo: droga usada livremente pelos millennials
NA BALADA – Rave em São Paulo: droga usada livremente pelos millennials (Egberto Nogueira/Ímãfotogaleria/.)
A situação é preocupante porque um pedaço da produção hoje é made in Brazil. Se antes a substância chegava de países como Holanda e Bélgica, a partir deste ano os policiais começaram a descobrir laboratórios de MDMA em locais como Santa Catarina e Distrito Federal. Ao todo, foram desbaratadas ao menos dez centrais de produção nos últimos meses. A maioria delas se resume a uma quitinete ou chácara afastada, equipada com tubos de ensaio, balanças, termômetros, filtros, estufas, máscaras, luvas, compressores, aquecedores e muitos galões de produtos químicos. Em uma das ações mais recentes, realizada em setembro, uma fábrica clandestina da droga foi estourada pela Polícia Civil do Paraná no meio do mato em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba. Foram necessários dois meses de campana no curso das investigações. Ao entrarem no local, os agentes depararam com 20 quilos de MDMA em estado bruto divididos em dois baldes e nove barris cheios de misturas químicas. “Só de nos aproximarmos, sentíamos náuseas e dor de cabeça devido à quantidade de substâncias tóxicas no lugar”, conta Rodrigo Brown, delegado do Centro de Operações Policiais Especiais. “Precisamos pegar um caminhão para retirar aquele material dali, e levou um mês para acharmos uma empresa que pudesse descartá-­lo sem contaminar o meio ambiente. Se os usuários tivessem noção do que é composta essa droga, certamente não a usariam.” Na batida, foram presas duas pessoas e apreendidas muitas folhas de papel com fórmulas químicas anotadas, como “perfume 200 g, peróxido de hidrogênio 600 litros, soda cáustica 300 quilos e tricloro etileno de 600 litros”.
A polícia calcula que uma fábrica clandestina do gênero tenha um custo de cerca de 40 000 reais. Além do investimento, é necessário conhecimento técnico específico para fazer o MDMA. Em fevereiro, um laboratório em Rio dos Cedros, no interior de Santa Catarina, foi desmantelado pela polícia de Balneário Camboriú. Ali foram presos o engenheiro químico Rafael Fuller, de 27 anos, formado em uma universidade particular da região de Itajaí, e outros dois auxiliares — ou “cozinheiros”, na gíria dos bandidos. Entre 2016 e 2018, Fuller passou uma temporada na Europa. A suspeita é que teria ido para um “programa de estudos” com o objetivo de aprender a elaborar novas drogas com uma pessoa que se identificava no seu celular como “Alemão”. Nas comunicações interceptadas pela polícia, há imagens de fundo de tela de Walter White, o personagem principal do seriado Breaking Bad, que narra a saga de um professor de química convertido em um grande traficante de metanfetamina dos Estados Unidos. Segundo os investigadores catarinenses, o grupo de Rio dos Cedros se referia a White nas mensagens como “mestre”. No local, a polícia encontrou, além dos apetrechos de laboratório, 40 quilos de MDMA em cristal e um macacão amarelo semelhante ao usado na série.
A viagem lisérgica proporcionada pela droga se dá por um conjunto de reações químicas. “O MDMA atua sobre os neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina. O primeiro deles, o mais afetado, controla as emoções e regula o domínio sensorial e a capacidade associativa do cérebro”, explica Zila van der Meer Sanchez Dutenhefner, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina. Em outras palavras: a substância provoca hipercomunicabilidade, sensibilidade exacerbada e alucinações visuais e auditivas, além de aumento da libido e da vontade de dançar. Seu uso contínuo pode desregular os neurotransmissores, provocando baixa produção de serotonina, o que pode levar à depressão crônica.
A despeito dos riscos, jovens de classe média alta que eram usuários de ecstasy ou cocaína vêm migrando com velocidade para o MDMA, atestam os frequentadores mais atentos da cena noturna das grandes cidades brasileiras. O ecstasy, muito popular até cinco anos atrás, caiu em desgraça por ser encontrado no mercado cada vez mais impuro. Quem tem dinheiro prefere o MDMA. “Faço ioga, corro e gosto muito do meu corpo torneado”, descreve a estilista O.N., de 27 anos. “Por isso, só uso MD porque sei que no dia seguinte consigo ir à academia e correr 10 quilômetros na esteira.” Fundador do Grupo Vegas, empresa que reúne bares, baladas e restaurantes e fatura mais de 50 milhões de reais por ano em São Paulo, Facundo Guerra diz ter visto o MDMA chegar ao Brasil em meados de 2009. A substância fazia parte de um circuito fechadíssimo e de elite. “As pessoas traziam de Berlim ou Ibiza e consumiam em ambiente ligado à música tecno”, conta. “Agora, ela se popularizou.”
No Brasil, a fabricação, a distribuição e a venda da droga não são controladas (ao menos por enquanto) por grandes facções criminosas, como o PCC, dono dos mercados de maconha e cocaína. Com isso, a palavra traficante não existe no vocabulário dos usuários, que preferem o termo em inglês: dealer. Para efeito de consciência dessa turma, ainda que por vias bastante tortas, o fornecedor não é um criminoso, e sim alguém que frequenta seu mesmo círculo social. “Comprar MD não me faz sentir culpado porque sei que ele não mata nem paga propina a policial”, afirma o estudante W.P., de 20 anos.
 BREAKING BAD – Fábricas clandestinas desbaratadas no Paraná e em Santa Catarina: caderno com receita da droga e galões com produtos químicos
BREAKING BAD – Fábricas clandestinas desbaratadas no Paraná e em Santa Catarina: caderno com receita da droga e galões com produtos químicos (./.)
O aumento do consumo do MDMA não representa um desafio apenas para as autoridades brasileiras. Jovens do mundo inteiro têm utilizado mais esse pó sintético. De acordo com a Global Drug Survey, o Reino Unido viu crescer em 50% o número de mortes em consequência do uso de MDMA: passou de 63, em 2016, para 92, em 2018. O instituto avalia que as pessoas têm tomado doses cada vez maiores, superiores a 150 miligramas, de uma só vez. Um dos problemas de saúde mais comuns está, curiosamente, associado ao consumo exagerado de água. Isso porque o MD aumenta a temperatura e a agitação do corpo, o que provoca muita sede. Com uma agravante: a droga potencializa a secreção do hormônio antidiurético, o ADH, que ajuda o organismo a reter líquidos. “O usuário então fica com vontade de beber muita água, mas não a libera na velocidade desejada. A literatura médica já descreveu casos de convulsões devido a edema encefálico por intoxicação por água”, conta Zila Sanchez. O mesmo relatório da Global Drug Survey mostra Irlanda, Escócia e Inglaterra como os países onde há maior consumo da droga.
Paradoxalmente, o MDMA surgiu para fazer bem à saúde. Composto derivado da anfetamina, ele foi sintetizado pela primeira vez em 1912, na Alemanha, com o objetivo inicial de atuar como um vasoconstritor. Dois anos depois, o laboratório Merck Pharmaceuticals patenteou o seu uso como um inibidor de apetite, mas nunca chegou a comercializá-lo. Nos anos 80, o pó cristalizado passou a ser utilizado como droga em casas noturnas da Europa — e começou a ganhar espaço no restante do mundo. Hoje, há estudos para o tratamento de alcoolismo com a substância na Inglaterra. Outra vertente vem aplicando-a em casos de transtorno de stress pós-traumático, provocado por abuso sexual, desastres naturais ou guerras. Como atinge diferentes sistemas neurotransmissores no cérebro, ela facilita a revisitação da experiência traumática pelo paciente, auxiliando em sua recuperação. Mas, mesmo que seja aprovado por agências reguladoras, o que ainda não aconteceu, convém lembrar que nenhum remédio pode ser usado de forma recreativa e sem controle — especialmente por quem não apresenta sintomas das doenças indicadas.
Ao contrário do que ocorre com a cocaína e a maconha, vendidas em locais que vão de favelas à entrada de grandes casas noturnas no Brasil, a comercialização do MDMA se dá no mundo digital, via aplicativo Whats­App. Quando o dealer é íntimo do cliente, os pedidos são feitos por mensagens diretas no Instagram e no Messenger. Foi o que descobriu a Polícia Civil do Distrito Federal na Operação Acarajé Químico, no fim do ano passado, quando um universitário de administração de 19 anos acabou sendo preso em Jequié, no interior da Bahia. Usando o codinome “Sr. Wonka”, ele administrava três grupos de Whats­App com cerca de sessenta participantes com a imagem do filme A Fantástica Fábrica de Chocolate. Nas mensagens, “Wonka” oferecia “balas” (ecstasy), “doces” (LSD) e o “cristalzinho” (MDMA). “Geralmente o volume de vendas do MDMA é maior nas temporadas de grandes festivais e no Carnaval”, diz o delegado Galli. A maior parte dos traficantes entrega a droga em domicílio quando há pedidos superiores a 250 reais, sem cobrança de taxa de delivery, e ela normalmente vem nas cores branca ou caramelo, dependendo de sua composição e origem. As versões mais claras chegam da França e da Holanda, enquanto as outras vêm da Bélgica e do Paquistão.
Em maior ou menor escala, cada droga da moda traz embutida uma cultura criada ao redor do seu consumo. A maconha ganhou espaço com os hippies e virou o símbolo anti-establishment da pregação da paz e amor. O LSD veio no bojo do movimento de expandir as portas da percepção, expressão criada pelo escritor Aldous Huxley, que comparou o cérebro humano a uma válvula de escape e atribuía aos lisérgicos o dom de fazer com que as pessoas quebrassem as barreiras de acesso a novos mundos sensoriais que haviam sido fechadas pela caretice da vida adulta. A cocaína virou símbolo da ambição acelerada da era yuppie, enquanto as mais recentes drogas sintéticas se harmonizam perfeitamente com o culto às raves e às batidas alucinantes das modernas músicas eletrônicas. O MDMA surge como uma evolução dessa última cadeia, prometendo o que é impossível: combinar o uso de drogas com um estilo de vida mais saudável. “Na ilusão de tomarem algo que não é vendido pelo PCC e agride menos o corpo que o ecstasy, os jovens dão um tiro no escuro”, alerta a professora Zila Sanchez. “Já há MDMA adulterado com metanfetamina, com alto poder de vício, e trazido ao Brasil por traficantes do crime organizado”, completa. A viagem alternativa dos millennials tem tudo para virar uma tremenda bad trip.

Relaxado e com energia

I.Z.R., 26 anos, publicitário
“Na primeira vez que tomei, no Carnaval de 2017, um amigo me supervisionou dizendo como era normal sentir as pernas bambas e o corpo mole. Os efeitos foram gostosos. A composição varia, mas gosto do MD que me derrete, ou seja, me deixa relaxado e, ao mesmo tempo, com energia. Quando estou brochado no rolê, tomo e sinto vontade de dançar. Aliás, dá vontade de transar, mas é fisiologicamente impossível. O que tem de funcionar não funciona. Já cheguei a pagar 150 reais pelo grama. A quantia é dividida entre muitas pessoas.”

“Me deixa muito sexual”

R.M., 21 anos, universitária
“Tomei MD pela primeira vez aos 15 anos, tinha acabado de entrar no ensino médio. No colégio, todo mundo usava algum tipo de droga. Eu estava num churrasco com os amigos, ingeri a droga em comprimido. Hoje tomo uma vez a cada três meses, mas já cheguei a ter de tomar todo fim de semana. Às vezes, ia para a casa de amigos conversar e tinha de usar. O MD me deixa muito sexual, tinha até medo de tirar a roupa e dançar pelada num palco. Mas ele não altera meu consciente. Fico feliz, me dá vontade de aproveitar tudo ao máximo. Comprava a droga de um cara que entregava na portaria do meu prédio, mas do nada ele sumiu: disse ter encontrado Jesus. Agora compro da minha prima.”

Efeito colateral

M.J., 33 anos, empresário
“Experimentei MDMA há cerca de sete anos. Gostei. Ele me deixava alegre, com a sensibilidade aflorada e comunicativo. Não precisava beber para ficar mais solto e não sofria nenhuma ansiedade. No dia seguinte, vida normal: trabalho, academia… Ocorre que, três dias após ingerir, sentia a famosa “blue tuesday” (terça triste). Como o MD libera serotonina, depois vem o baque pela ausência da substância no cérebro: eu me sentia triste, queria ficar em casa. Como esse efeito se manteve sempre que tomava, deixei de lado a droga. Hoje prefiro cogumelo desidratado. É mais leve e não tem efeito colateral.”

Encomenda por WhatsApp

W.P., 20 anos, estudante de análise de desenvolvimento
“Não curto balada, acho os ambientes parecidos com caixas fechadas, então uso a droga em festas ao ar livre. Fico de boa, curtindo a música e conversando com meus amigos. Embora eu beba álcool nos rolês, não sinto ressaca no dia seguinte nem depressão. Uso MD umas duas vezes por mês. Antes da festa, eu me preparo para tê-lo comigo: compro por WhatsApp, o cara me entrega onde estou. Não preciso ir a biqueira de favela para conseguir MD.”

Um laboratório contra o crime

 CIÊNCIA – Peritos da PF em Brasília: análises ajudam investigações
CIÊNCIA – Peritos da PF em Brasília: análises ajudam investigações (Cristiano Mariz/.)
Além da produção em fundo de quintal e da venda realizada por muitos pequenos traficantes, o maior desafio da polícia hoje no combate às drogas sintéticas é identificá-las e classificá-­las como ilícitas. Não são raros os casos de pessoas pegas com produtos estranhos e suspeitos, mas que, em seguida, são liberadas pelo fato de o material não estar cadastrado na lista de itens controlados pela Anvisa. “Basta modificar uma molécula que já se cria uma nova substância”, diz o perito Sergio Cibreiros, um dos maiores experts no assunto no país.
Nos últimos três anos, mais de 110 novas drogas foram descobertas no laboratório da Polícia Federal, em Brasília, pela equipe de Cibreiros, da qual fazem parte o delegado Marcos Pimentel e a perita Mônica de Souza. Elas acabaram sendo batizadas por siglas como MDMC, BMDP e MDPHP, entre outras. O MDMA já está cadastrado há dezesseis anos, época em que o ecstasy começou a se popularizar no Brasil vindo de países como Bélgica e Holanda. Os testes são requintados e exigem até uma análise por ressonância magnética nuclear e radiação infravermelha.
O problema não é só o surgimento constante de mais entorpecentes. Não há uma receita fixa para produzir o MDMA, por exemplo. Pelo contrário, é possível chegar à droga por diversos caminhos e substâncias diferentes — muitas delas comercializadas legalmente pela indústria química brasileira. A Polícia Civil do Distrito Federal, por exemplo, descobriu que se consegue produzi-la com um componente usado na fabricação de xampus. Em paralelo, a PF ajuda no combate a ela, atuando para controlar o comércio desses produtos. O tráfico, no entanto, atualiza-se constantemente. Na Operação Psy Trance, ocorrida em Santa Catarina em fevereiro, a polícia suspeita que a quadrilha constituiu uma empresa de produtos químicos só para produzir a droga. Os compradores utilizavam o CPF de idosos espalhados pelo país, que nada sabiam do esquema, para driblar a fiscalização das autoridades.

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