Eduardo Bolsonaro será o Novo Embaixador do Brasil, nos Estados Unidos?

Segundo fontes do governo brasileiro, proposta deverá se concretizar caso nomeação do filho de Bolsonaro para embaixada em Washington se confirme


Em um movimento diplomático inusitado na história recente da diplomacia mundial, o presidente Donald Trump poderá designar para assumir a embaixada dos Estados Unidos em Brasília um dos seus cinco filhos, Eric , irmão de Ivanka , assessora influente do pai.


Segundo fontes do governo brasileiro, Eric Trump viria para o Brasil se o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) for nomeado embaixador em Washington, como o seu pai e presidente Jair Bolsonaro indicou ontem que pretende fazer. Por coincidência, Eric tem a mesma idade de Eduardo, 35 anos.

 Eric Trump e Eduardo Bolsonaro, juntos em evento no clube de Mar-a-Lago, na Flórida, em fevereiro Foto: Reprodução/Facebook

A informação é que essa possibilidade estaria muito mais condicionada ao Brasil —  país que não tem tradição de nomeações políticas para as principais embaixadas, ao contrário dos Estados Unidos, onde a comum a indicação de doadores de campanha e políticos fora da carreira diplomárica. Segundo fontes envolvidas no assunto, o envio dos filhos dos dois presidentes para assumir as respectivas embaixadas consolidaria as relações bilaterais.

Uma fonte comentou que o que mais se ouve em Washington é que a atuação da embaixada brasileira é "muito protocolar, burocrática e apagada".


Os americanos já teriam deixaram claro que querem uma troca de nomeações políticas para as embaixadas. Personalidades como o ex-estrategista da campanha de Trump e um dos ideólogos da onda nacionalista de direita, Steve Bannon; o ex-subsecretário de Estado dos EUA para a América Latina, Roger Noriega; e o ex-embaixador dos Estados Unidos em Brasília Clifford Sobel sempre insistiram nesse ponto.

                                    Donald Trump, Eduardo Bolsonaro, e Jair Bolsonaro - G20 OSAKA, JAPÃO


''Fiz intercâmbio e fritei hambúrguer nos EUA'', diz Eduardo Bolsonaro

Depois que o presidente Jair Bolsonaro disse que “está no radar” dele a possibilidade de indicar o filho deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) como embaixador do Brasil nos Estados Unidos, o parlamentar respondeu, nesta sexta-feira (12/7), que o chanceler Ernesto Araújo “expressou apoio” à eventual indicação e disse que está preparado para o cargo.
Eduardo esteve no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores (MRE), em Brasília, para encontro com o ministro. “Na verdade, vim para uma reunião previamente agendada antes dos fatos que vieram à tona ontem”, disse. O deputado disse que “o chanceler expressou apoio (ao nome dele) na possível indicação para a embaixada dos Estados Unidos. O possível embaixador disse que deve se reunir com o presidente Jair Bolsonaro até o próximo domingo (14/07) para tentar resolver as questões. “Agora só falta conversar com o presidente e afirmar se essa é realmente a vontade dele”.

Eduardo destacou ainda o trabalho na presidência da Comissão de Relações Exteriores, um intercâmbio e até mesmo o fato de ter fritado hambúrguer nos Estados Unidos. "É difícil falar de si próprio, né? Mas não sou um filho de deputado que está do nada vindo a ser alçado a essa condição, tem muito trabalho sendo feito, sou presidente da Comissão de Relações Exteriores, tenho uma vivência pelo mundo, já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos Estados Unidos, no frio do Maine, Estado que faz divisa com o Canadá, no frio do Colorado, em uma montanha lá. Aprimorei o meu inglês, vi como é o trato receptivo do norte-americano para com os brasileiros", comentou o parlamentar.

A vaga em Washington está disponível desde abril, quando o chanceler Ernesto Araújo removeu o diplomata Sérgio Amaral do posto. O diplomata Nestor Foster era considerado o favorito para substituí-lo. Eduardo Bolsonaro fez 35 anos nesta quarta, dia em que a reforma da Previdência foi aprovada no plenário da Câmara em primeiro turno. A nova idade é fator decisivo, pois preenche um dos requisitos para assumir o cargo de embaixador.

Após a indicação do presidente, essa decisão precisa ser endossada pelo Senado, que delibera sobre a questão em plenário. Eduardo Bolsonaro é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara e, há meses, é tratado como consultor informal de assuntos internacionais do Planalto.


Ao Correio, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) afirmou em nota que “a indicação é uma decisão do presidente da República em consulta com o MRE. Hoje, não existe nenhuma instrução de agrément (nenhum pedido para indicação) enviada à embaixada em nome de nenhum integrante da instituição”.

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