Após 1 ano governo de Coalizão entre Naftali Bennett e Yair Lapid chegam ao fim, após visita nada misteriosa de Jared Kushner e Ivanka Trump em Tel Aviv; Israel se prepara para a 5ª eleição em 3 anos


Israel vai, mais uma vez, às urnas. Depois quatro eleições inconclusivas entre 2019 e 2021, agora foi o fim da coligação de governo a ditar a dissolução do parlamento e a marcação de eleições antecipadas, que deverão acontecer em outubro. O partido conservador Yamina, do atual chefe de governo Naftali Bennett, e os liberais do Yesh Atid, do chefe da diplomacia Yair Lapid, que vai agora assumir a chefia interina do governo, puseram fim à aliança para governar e que tinha como principal objetivo barrar o caminho ao Likud de Benjamin Netanyahu.


Na causa do desentendimento está uma lei que prevê prolongar a proteção jurídica dos colon os israelitas na Cisjordânia.


Segundo sondagens recentes, as eleições podem significar o regresso do Likud ao poder, embora possa haver barreiras, no parlamento, à aprovação de um novo executivo chefiado por Netanyahu, que comandou os destinos de Israel por um período acumulado de 15 anos e está a ser julgado por corrupção.


O premiê de Israel, Naftali Bennett, e o chanceler Yair Lapid anunciaram nesta segunda-feira (20) a intenção de dissolver o Parlamento do país. O movimento é a ponta da crise na coalizão formada para derrotar o ex-primeiro-ministro Binyamin Netanyahu e abre caminho para a quinta eleição em três anos.


Lapid, um ex-jornalista e líder do partido com a maior participação na aliança que agora desmorona, assumirá o cargo até o próximo pleito, previsto para acontecer em 25 de outubro, segundo a imprensa.


"Estamos diante de vocês hoje em um momento que não é fácil, mas com o entendimento de que tomamos a decisão certa para Israel", disse Bennett em um comunicado televisionado ao lado de Lapid.


No pacto da aliança, Lapid se tornaria premiê em 2023. A crise, porém, antecipou a mudança no comando do país e, diante de um novo pleito, não está claro o cenário que se desenhará na política israelense.


A dissolução do Knesset, como é chamado o Parlamento de Israel, deve ser formalizada na próxima semana, quando será posta em votação. Uma vez que a coalizão governista perdeu a maioria na Casa, os votos dos parlamentares devem confirmar o fim da frente ampla depois de um ano de mandato.


Lapid e Bennett firmaram em junho de 2021 uma aliança improvável após dois anos de impasses, encerrando 12 anos de Netanyahu no poder, o período mais longo de um premiê em Israel. O arranjo de oito partidos, da ultradireita à ultraesquerda, incluindo centristas e árabes, era frágil desde o início.


Com maioria parlamentar tímida —Bennett foi aprovado ao cargo com apenas um voto de vantagem— e parceiros divididos em questões importantes, como o conflito entre israelenses e palestinos e temas de Estado e de religião, a aliança se fragmentou após um punhado de membros abandonar a coalizão.


A coalizão teve que enfrentar, por exemplo, o impasse em torno da renovação da lei sobre os colonos, que permite que as regras israelenses sejam aplicadas aos mais de 475 mil colonos israelenses que vivem na Cisjordânia ocupada. O texto, em vigor desde o início da ocupação israelense, em 1967, é ratificado a cada cinco anos pelo Parlamento, e a oposição, que apoia majoritariamente a legislação, conseguiu reunir a maioria dos votos contra a renovação do texto, para assim explicitar as tensões internas da coalizão.


Caso a lei não fosse renovada antes de 30 de junho, os colonos israelenses perderiam sua proteção legal. Se o Knesset fosse dissolvido, porém, a regra seria prorrogada automaticamente. "Com a expiração da lei, Israel se arriscava a enfrentar problemas graves de segurança e um caos jurídico. Não podia aceitá-la", disse Bennett, líder do grupo de ultradireita Yamina, para justificar a dissolução do Parlamento.


À medida que a pressão aumentava nos últimos dias, Bennett, um ex-comandante das forças especiais do país e milionário do ramo de tecnologia, defendia com mais vigor a atuação do governo, destacando o crescimento econômico, a redução do desemprego e a eliminação do déficit pela primeira vez em 14 anos.


Ainda assim, não conseguiu manter a coalizão unida e decidiu sair antes que o Likud, de Netanyahu, pudesse apresentar uma moção própria para dissolver o Parlamento. O ex-premiê zombou de Bennett, dizendo na semana passada que seu governo estava realizando "um dos funerais mais longos da história".


No dia em que o Parlamento aprovou a indicação de Bennett, Bibi, como o ex-líder é conhecido, disse: "Se o nosso destino é estar na oposição, faremos isso de cabeça erguida, derrubaremos esse governo ruim e voltaremos a liderar à nossa maneira". Nesta segunda, afirmou que os israelenses têm motivo para sorrir. "Eles entendem que algo grande aconteceu. Estamos nos livrando do pior governo da história do país."


Hoje o Likud tem a maior bancada do Parlamento, com 30 das 120 cadeiras. Mas um possível retorno de Netanyahu ao poder estaria condicionado à costura de alianças políticas sujeitas à influência do desgaste da imagem do ex-premiê, que responde na Justiça a acusações de suborno, quebra de confiança e fraude.


Pesquisas recentes mostram o Likud na liderança, mas sem ultrapassar o limite da maioria, 61 dos 120 deputados no Parlamento, juntamente com os aliados dos partidos ultraortodoxos e da ultradireita.


O acordo de coalizão Bennett-Lapid previa um rodízio entre ambos à frente do Executivo e a substituição de Bennett por Lapid em caso de dissolução do Parlamento. Se o projeto de lei para dissolver o Parlamento for aprovado pelos parlamentares, Yair Lapid se tornará primeiro-ministro de Israel até que o novo governo seja formado.


Yair Lapid se tornará primeiro-ministro “em breve”, confirmou Bennett nesta segunda-feira, prometendo respeitar o acordo entre os dois. Naftali Bennett “coloca os interesses do país à frente de seus interesses pessoais”, disse Lapid, que já deveria ser primeiro-ministro durante a visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em 13 de julho, sua primeira a Israel desde que assumiu o cargo, em janeiro de 2021.


Investimentos de Kushner, Affinity Partners e Arábia Saudita


Kushner, um empresário americano-judeu nascido em Nova Jersey, fez vários investimentos em empresas e startups israelenses desde que seu sogro deixou o cargo em janeiro de 2021.


O ex-conselheiro da Casa Branca formou a Affinity Partners, com sede em Miami, depois de se afastar da política com planos de investir em empresas americanas e israelenses que buscam oportunidades de expansão internacional na Índia, África, Oriente Médio e outras partes da Ásia.


Em dezembro de 2021, foi relatado que a empresa de investimento global de Kushner levantou US$ 3 bilhões em financiamento comprometido de investidores internacionais. Embora as informações sobre a identidade dos investidores não foram divulgadas, acredita-se que Kushner estava mirando instituições americanas e instituições de investimento estrangeiro, incluindo fundos soberanos e indivíduos de alto patrimônio líquido.


No mês passado, foi noticiado pelo The Wall Street Journal que cerca de dois terços dos recursos arrecadados pela Affinity Partners foram investidos pelo fundo soberano da Arábia Saudita, o Fundo de Investimento Público (PIF).


Pessoas familiarizadas com o plano de investimento do fundo disseram ao WSJ que ele já selecionou duas empresas israelenses para investir.


No entanto, um comitê da Câmara dos Representantes dos EUA disse no início de junho que estava investigando o investimento do governo da Arábia Saudita na empresa de Kushner.

Somando o Fato de que a Arábia Saudita deu Todo o dinheiro que ele (JARED) quiser para investir em Israel com o fato de Bennet ter dissolvido o governo justo agora, tudo pode acontecer.

E agora após a visita ¨misteriosa¨ Bennett e Yair Lapid encerram o governo de Coalisão 

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