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Rio enfrenta caos com paralisação de ônibus que deve durar 24 horas
Pontos de ônibus ficam lotados e há registro de coletivos depredados
Paralisação de ônibus que deve durar 24 horas na capital dificulta a chegada dos cariocas ao trabalho
JOSE LUCENA/Agência Estado
Rodoviários que aderiram à paralisação fazem piquetes e impedem a saída de motoristas das garagens das empresas. Segundo o Rio Ônibus, ao menos 20 ônibus da empresa Redentor foram depredados na estrada do Gabinal, em Jacarepaguá, na zona oeste. Na empresa Jabour, que também se localiza na zona oeste, mais de 30 coletivos foram depredados. Não há registro de feridos.
O BRT Transoeste circula com 70% da frota de ônibus articulados. Segundo o consórcio, piquetes nas garagens impediram a saída dos demais coletivos. Com isso, os ônibus circulam com atraso.
Por outro lado, a circulação de metrô e trens é normal. Entretanto, a MetrôRio informou por volta das 6h50 que nenhum tipo de bilhete de integração era vendido.
Os rodoviários decidiram paralisar as atividades após não concordar com acordo travado entre o sindicato e os empresários. A categoria não aceitou reajuste de 10% do salário.
Cerca de 300 rodoviários protestaram no começo da manhã no centro do Rio, na altura da Central do Brasil. Está prevista para a tarde desta quinta nova manifestação na Candelária, também no centro da capital.
Reajuste
O Rio Ônibus informou, por meio de nota, que concedeu 10% de reajuste salarial e 40% de aumento na cesta básica aos rodoviários do Rio em acordo firmado com o Sintraturb Rio (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus). O Rio Ônibus é o sindicato que representa os quatro consórcios, que somam as 43 empresas que operam no sistema de transporte coletivo na capital.
O resultado da negociação foi protocolado na Delegacia Regional do Trabalho, segundo a Rio Ônibus. Segundo o sindicato patronal, o acordo é retroativo a 1º de abril. Com a antecipação do reajuste, diz o Rio Ônibus, o aumento real será de 11,6%.
Por meio de nota, dirigentes do Sintraturb Rio condenaram o movimento. O vice-presidente do sindicato, Sebastião José, disse que a proposta dos empresários foi aprovada por ampla maioria.
— A homologação com o reajuste de 10% foi retroativa ao mês de abril. Prova disso é que os profissionais já receberam esse mês seus pagamentos com o aumento. Antes de discutir o reajuste junto aos empresários, tivemos a cautela de nos certificar das negociações em todo o País. Em Porto Alegre, por exemplo, houve paralisação de 12 dias sem que um acordo fosse fechado, o que acabou resultando em decisão do TRT [Tribunal Regional do Trabalho] local que fixou o reajuste em 7,5%, além de descontar os dias parados. Em Belo Horizonte, também houve greve, e o reajuste foi de 7%. Já Petrópolis com três dias de greve e proposta de 7% e Campos, onde os rodoviários continuam parados, quem vai dar a palavra final será o TRT. Diante deste quadro, o sindicato não poderia rejeitar uma proposta de 10% de aumento no salário e 40% na cesta básica, correndo o risco de deixar que o TRT fixasse o valor do reajuste. Todas essas ponderações foram colocadas durante a assembleia e a proposta do Rio Ônibus foi aprovada por ampla maioria.
Já o presidente do sindicato, José Carlos, vê na paralisação "atividade com fundo político". Ele aponta que há envolvidos com intenções de futuras candidaturas no Legislativo.
— Usar trabalhadores como massa de manobra para alcançar objetivos pessoais é inaceitável.
Fonte R7