China se prepara para guerra na Coreia do Norte?
A agência
nipônica Kyodo News divulgou documentos alegadamente preparados pela
direção militar chinesa no verão de 2013. Os documentos contêm um plano
de ação das Forças Armadas da China no caso de uma crise na Coreia do
Norte.
Na imprensa
mundial, estes documentos têm sido vistos como um autêntica sensação,
comprovando a desconfiança de Pequim em relação ao seu aliado
norte-coreano.
Entretanto, o
plano parece moderado e sensato. Trata-se de organização, nas zonas
fronteiriças chinesas, de campos de refugiados,
o reforço da proteção da fronteira e até de seu encerramento em casos
de emergência. Se assinala ainda a necessidade de “atender líderes de
grupos norte-coreanos em oposição, que possam procurar refúgio no
território chinês”. Assim, as autoridades chinesas devem, por um lado,
garantir a sua segurança e, por outro, mantê-los sob o seu controle.
Depois de
divulgada esta notícia sensacionalista, o governo chinês emitiu um
desmentido, anunciando que os documentos divulgados por jornalistas
nipônicos não são verdadeiros.
Seja como
for, convém ter uma atitude cética em relação a declarações como essa.
Diplomatas chineses disseram aquilo o que deviam dizer nessa situação.
Mesmo que os documentos não sejam falsos, a China não pode reconhecer
esta circunstância, uma vez que ninguém em Pequim quer complicar as
relações já bem complicadas com a Coreia do Norte. Mas como a publicação
causou uma enorme ressonância, não se podia ignorá-la: o silêncio de
Pequim teria sido interpretado com um reconhecimento da autenticidade
dos documentos em causa.
A situação
na Coreia do Norte realmente continua difícil, muito próxima de uma
crise muito grave. No final das contas, nos últimos 10-15 anos, temos
constatado a ruína de regimes políticos muito mais estáveis. Por isso,
os especialistas e peritos não escondem o fato de a China estar se
preparando para ações a empreender no caso de uma crise interna
norte-coreana.
Se a
situação na Coreia do Norte se desestabilizar e sair do controle,
sofrerá, antes de mais nada, a China devido à sua situação geográfica.
Claro que, nesse caso, a maioria dos refugiados norte-coreanos partirá
com destino à China.
A fronteira
entre a China e a Coreia do Norte tem a extensão de 1.400 km e se
protege muito mal. Enquanto isso, o número de refugiados poderá se
estimar em centenas de milhares, a maior parte dos quais serão, pelo
visto, antigos militares do exército norte-coreano com as armas na mão.
Através da China poderão ser transportados ainda as armas nucleares e
outros tipos de armas de extermínio em massa da Coreia do Norte.
Voz Da Rússia