prioridade a impeachment é o mesmo que colocar fogo no país, diz Renan

Presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), em São Paulo© REUTERS/Paulo Whitaker Presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), em São Paulo
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta segunda-feira que a discussão sobre um eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff não é prioridade do Congresso Nacional e que priorizar este assunto é o mesmo que colocar fogo no país.
Após reunião em sua residência oficial com os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento), Renan voltou a criticar o alto número de ministérios e disse que o Senado votará nesta semana o projeto de lei que reverte a política de desoneração da folha de pagamento, que passará a trancar a pauta da Casa na terça-feira.
"As pessoas perguntam sobre impedimento, as pessoas perguntam sobre apreciação de contas dos governos anteriores e deste governo e eu tenho que isso não é prioridade", disse Renan a jornalistas.
"Na medida que o Congresso tornar isso prioritário, nós estaremos pondo fogo no Brasil e não é isso que a sociedade quer de nós", acrescentou Renan, que também preside o Congresso.
Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou as contas de governos de três ex-presidentes --Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva--, abrindo caminho assim para votar as contas do ano passado do governo Dilma, atualmente em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O TCU apontou indícios de irregularidades nas contas do governo do ano passado e pediu explicações à Presidência. As explicações já foram dadas e estão sendo analisadas pelo órgão. Após elaborar seu parecer, o órgão de contas o enviará ao Congresso a quem cabe julgar as contas.
Um eventual parecer do TCU pela rejeição das contas deve dar força aos partidários da abertura de um processo de impeachment contra Dilma.
AGENDA PARA O PAÍS
Após o encontro com a equipe econômica, Renan disse que entregou ao governo alguns pontos de uma "agenda para o país" que, segundo ele, passará pela reforma administrativa e pela reforma do Estado e precisa garantir o equilíbrio fiscal.
Desde o início do ano, quando o governo enviou para o Congresso medidas de ajuste fiscal como a restrição ao acesso de benefícios previdenciários e trabalhistas, Renan tem criticado o Executivo por não "cortar na própria carne", atacando principalmente o elevado número de ministérios.
"Não há como você fazer um ajuste fiscal sem tocar no tamanho do Estado", defendeu. "Trinta e nove ministérios é a mesma coisa de que um trinta e nove avos do nada", disparou.
Em meio às constantes dificuldades na relação com o Congresso, especialmente com a Câmara dos Deputados, o governo pretende usar uma reforma administrativa que incluirá o enxugamento do número de ministérios para focar os esforços de recomposição da base aliada se concentrando no Senado.
Também após a reunião com a equipe econômica, Renan disse que os senadores votarão nesta semana o projeto que reverte parte da política de desoneração da folha de pagamento, uma das medidas de reequilíbrio das contas públicas enviadas pelo Planalto ao Legislativo.
(Por Luciana Otoni e Eduardo Simões)
Com Reuters 

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