Twitter Vendido! Elon Musk compra microblogging por US$ 44 bilhões de Dólares

O Twitter confirmou a venda da rede social por US$ 44 bilhões (cerca de R$ 215 bilhões) ao empresário mega especulador tecnocrata Elon Musk nesta segunda-feira (25). A rede social aceitou a proposta bilionária do CEO da Tesla e da SpaceX, que agora passa de acionista a proprietário da plataforma. Com a aquisição, Musk espera poder explorar todo o potencial do Twitter e transformá-lo em uma "arena para a liberdade de expressão", mudando as regras de moderação de conteúdo do microblog. A possibilidade preocupa especialistas, que temem a circulação de crimes, discurso de ódio e desinformação no serviço.


O Twitter confirmou a venda da rede social por US$ 44 bilhões (cerca de R$ 215 bilhões) ao empresário Elon Musk nesta segunda-feira (25). A rede social aceitou a proposta bilionária do CEO da Tesla e da SpaceX, que agora passa de acionista a proprietário da plataforma. Com a aquisição, Musk espera poder explorar todo o potencial do Twitter e transformá-lo em uma "arena para a liberdade de expressão", mudando as regras de moderação de conteúdo do microblog. A possibilidade preocupa especialistas, que temem a circulação de crimes, discurso de ódio e desinformação no serviço.



Mas, afinal, por que Elon Musk, um dos homens mais ricos do mundo, quis comprar o Twitter? O que deve mudar no microblog após a aquisição? Quais os riscos que uma menor moderação de conteúdo poderia trazer para a rede social? Vejamos a seguir. 


Há cerca de duas semanas, em 14 de abril, o empresário Elon Musk fez uma oferta de aproximadamente US$ 44 bilhões (cerca de R$ 215 bilhões, em conversão direta) pelo Twitter. Em entrevista, o empresário, que já avia comprado uma participação de 9,2% da rede social, afirmou que não tem interesse em "fazer dinheiro" com a transação. Segundo o CEO da Tesla e da SpaceX, o objetivo da compra seria tornar o Twitter uma plataforma para livre expressão dos usuários. Vale ressaltar que, recentemente, o bilionário tem questionado como a forma como a rede social modera os conteúdos lá publicados.


Antes mesmo de se tornar acionista do Twitter e fazer uma proposta para comprá-lo, o empresário já mantinha uma relação estreita com a plataforma. O perfil de Musk, que é seguido por mais de 83 milhões de pessoas, já protagonizou diversas polêmicas. Em 2018, por exemplo, o bilionário tuitou que tiraria a montadora Testa da bolsa de valores dos Estados Unidos. A promessa, que nunca foi cumprida por Musk, levou à sua demissão como presidente da empresa e ao pagamento de uma multa de 20 milhões de dólares.


Além disso, em março deste ano, o bilionário desafiou o presidente russo, Vladimir Putin, para uma "luta um contra um", na qual o vencedor ficaria com a Ucrânia. A "briga" ocorreu em meio à guerra travada entre os dois países.


A resposta do Twitter

A primeira resposta do Twitter à oferta de Musk foi operar um movimento conhecido como “poison pill”, ou “pílulas de veneno”. A manobra consiste em resistir a propostas inesperadas ou indesejadas, por meio da disponibilização de mais ações da empresa no mercado. Assim, outros investidores podem comprá-las a preços bem mais baixos, o que dificulta a tomada de controle da companhia por terceiros.



A tática buscar diluir o poder concentrado nas mãos de um acionista majoritário. Se mais ações entram em jogo, investidores podem aumentar sua proporção de participação no negócio, relativizando o poder do acionista antes majoritário. No entanto, as “pílulas de veneno” não têm poder para bloquear a compra: na prática, o mecanismo torna a transação toda mais cara. Isso porque, com mais ações disponíveis no mercado, o valor total para adquirir a empresa acaba aumentando.


Neste domingo (24), entretanto, o conselho administrativo do Twitter se reuniu para tratar sobre a proposta de aquisição feita por Elon Musk, que detalhou a forma como ele pagaria pela rede social. O acordo foi fechado nesta segunda-feira (25), concretizando a venda do microblog para o bilionário sul-africano por US$ 44 bilhões (cerca de R$ 215 bilhões). Com a compra, a empresa passa a ser uma companhia de capital fechado.


Por que Elon Musk comprou o Twitter?

Segundo Musk, a decisão de comprar a rede social não tem relação com dinheiro, mas sim com a criação de uma plataforma que seja uma “arena de livre discurso”. Na visão do bilionário, isso seria possível com medidas como a abertura do código fonte – a programação interna – do Twitter para que os mecanismos de operação da rede sejam conhecidos e explorados por programadores.


Para Musk, o Twitter se tornou uma espécie de "praça pública" global e é fundamental para o exercício da democracia. No entanto, segundo o empresário, a rede tem um grande potencial que não está sendo explorado, e ele poderia fazê-lo ao transformar o serviço uma plataforma de livre discurso ao redor do mundo.


"A liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento, e o Twitter é a praça da cidade digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade", afirmou Musk em comunicado à imprensa publicado pelo microblog.



"Também quero tornar o Twitter melhor do que nunca, aprimorando o produto com novos recursos, tornando os algoritmos de código aberto para aumentar a confiança, derrotando os bots de spam e autenticando todos os humanos. O Twitter tem um tremendo potencial. Estou ansioso para trabalhar com a empresa e a comunidade de usuários para desbloqueá-lo", completou o empresário.


O que Elon Musk pode mudar no Twitter?

Quando fez sua primeira oferta pelo Twitter, Musk publicou, na própria rede social, uma enquete para saber se os usuários seriam favoráveis à adição de um botão para editar tuítes. Como resultado, aproximadamente 83% do total de 1 milhão de usuários que responderam à enquete foram favoráveis à novidade. 




Outra mudança que o bilionário planeja fazer envolve abrir o código fonte do Twitter. Isso tornaria toda a programação interna da rede social aberta e pública, de forma que qualquer programador poderia acessá-la, estudá-la, analisar seu comportamento e até sugerir melhorias. A medida daria mais transparência à forma como o Twitter funciona, mas é incerto até que ponto expor os segredos de negócio da rede seria vantajoso à plataforma como negócio no longo prazo.


Preocupações em relação à moderação de conteúdo

Além das mudanças citadas acima, Musk sinalizou que tem a intenção de rever as formas pelas quais hoje o Twitter combate a circulação de notícias falsas, desinformação e discurso de ódio. Não se sabe ao certo o que o empresário tem em mente, mas a questão precisa ser encarada com cuidado. Publicações como o Washington Post e a revista Time observam que uma rede sem filtros pode promover excessos, causando impactos negativos na própria democracia que Elon Musk afirma ter interesse em preservar.



Os veículos ponderam ainda que uma revisão radical nos mecanismos de controle e mediação de conteúdo no Twitter pode trazer também impactos financeiros negativos. Um microblog "sem limites" pode afastar não só usuários, mas também anunciantes, preocupados com o risco de terem suas marcas vinculadas a conteúdos extremistas.



Musk prometeu autenticar todos os seres humanos, para diferenciar dos robôs no Twitter, veja abaixo: 


Veja a tradução do tweet abaixo: 


¨A liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento, e o Twitter é a praça da cidade digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade¨, diz Musk. ¨Eu também quero tornar o Twitter melhor do que nunca, aprimorando o produto com novos recursos, tornando os algoritmos de código aberto para aumentar a confiança, derrotando os bots de spam e autenticando todos os humanos. O Twitter tem um tremendo potencial - estou ansioso para trabalhar com a empresa e a comunidade de usuários para desbloqueá-lo.¨


Há um mês, o New York Times afirmou no editorial "América tem um problema de liberdade de expressão" que "muitos progressistas se tornaram intolerantes com aqueles que expressam outras opiniões".


Criticando a cultura do cancelamento, o jornal anunciou um projeto de cobertura de longo prazo para identificar e combater as ameaças à liberdade de expressão, sobretudo em mídia social.


Ao mesmo tempo, reconheceu afinal que os emails de Hunter Biden, filho de Joe, noticiados às vésperas da eleição de 2020 e "cancelados" tanto pelo NYT quanto pelo Twitter, eram verdadeiros.


No episódio, o Twitter foi mais fundo que todos, não apenas suprimindo as mensagens sobre o assunto, mas derrubando a conta do New York Post, jornal de 220 anos que havia noticiado os emails corretamente.


É essa a plataforma que Elon Musk quer tirar do buraco, não só jornalístico, mas empresarial. Mais que dinheiro, ele oferece aos atuais controladores a busca de um modelo de negócios que, enfim, funcione.


O Twitter nunca chegou a Facebook, Instagram ou YouTube, em parte, por não viabilizar uma receita publicitária mínima. Musk não detalhou o que pretende, mas sinalizou que é uma das frentes em que vai agir.


Talvez então a plataforma se torne, de fato, uma preocupação para os governos que vêm, da Europa à China, buscando conter o poder dos gigantes de tecnologia. Por enquanto, o Twitter está na liga amadora.



RAIO-X DO TWITTER

Valor de mercado (às 12h desta segunda) - US$ 38,73 bilhões

Receita em 2021 - US$ 5 bilhões

Resultado em 2021 - Prejuízo líquido de US$ 221 milhões

Número de funcionários - 7.500

Número de usuários - 217 milhões

ACOMPANHE A HISTÓRIA DO TWITTER

21 de março de 2006 > Fundação –Jack Dorsey, cofundador e CEO, publica o primeiro tuíte

Mar.2007 > Rede social tem salto de popularidade durante o festival SXSW (South by Southwest), atingindo 60 mil tuítes por dia

Out.2008 > Evan Williams se torna o CEO

Fev.2010 > Rede atinge 50 milhões de tuítes por dia

Out.2010 > Dick Costolo se torna CEO

Dez.2010 > Twitter levanta US$ 200 milhões e atinge valorização de US$ 3,7 bilhões

Mar.2011 > Rede atinge 140 milhões de tuítes por dia

Jun.2011 > Lançamento da versão em português

Out.2013 > Anúncio do IPO na NYSE (New York Stock Exchange)

Nov.2013 > Twitter atinge valor de mercado de US$ 31 bilhões

Out.2015 > Jack Dorsey retorna ao cargo de CEO

Jan.2021 > Twitter exclui conta de Donald Trump por risco de incitação à violência

Nov.2021 > Dorsey deixa o Twitter e Parag Agrawal assume a presidência

Mar.2022 > Elon Musk compra participação de 9,2% no Twitter

Abr.2022 > Musk faz oferta de US$ 43 bilhões


O tempo vai dizer o porquê Elon Musk comprou de fato o Twitter bem agora, neste ano de 2022. Uma eminente volta de Donald Trump a caminho? Elon Musk planeja criar um twitterverso futuramente? São perguntas que começando meio que aparecer. Só do fato dele dizer que o Twitter é uma praça de uma cidade digital, já dá indícios de algo semelhante ou a entrada da rede social futuramente no Metaverso. 

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