Novo ataque do satanista Boko Haram no norte da Nigéria mata 200 pessoas
Pelo menos
200 pessoas morreram em um novo ataque realizado por terroristas da
seita islâmica Boko Haram vestidos com uniforme militar contra várias
localidades do norte da Nigéria, informou nesta quinta-feira (5) a
imprensa local.
Os
insurgentes atacaram na segunda-feira (2) as localidades de Attagara,
Agapalawa e Aganjara, muito próximas a outras que já haviam sido
atacadas no dia anterior também no Estado de Borno, reduto político e
operacional do Boko Haram.
Os moradores
dessas localidades, todas na região de Gwoza, foram atacados por
terroristas vestidos com uniformes militares, informaram fontes
governamentais e cidadãos locais ao jornal nigeriano The Premium Times.
Os moradores
da área de Borno sofreram vários ataques nos últimos dias, entre eles, o
tiroteio contra dez fiéis em uma igreja de Attagara no domingo passado.
O massacre
desencadeou as represálias dos vizinhos, que perseguiram os terroristas e
lincharam vários deles, segundo testemunhas.
"Quando
chegaram os agressores, muitos residentes pensaram que eram militares de
verdade. Não passou pela cabeça que fossem o Boko Haram. Nas aldeias,
há cerca de 200 cadáveres ainda para serem enterrados", disse Ngalamuda
Ibrahim, morador de Gwoza.
O irmão de uma das vítimas do ataque da segunda-feira relatou que os supostos soldados chegaram em dez carros militares.
"Disseram-nos:
'Somos soldados e estamos aqui para proteger vocês'. Então nos pediram
que nos reuníssemos no centro da cidade, e quando estávamos reunidos
começaram a atirar gritando 'Allahu-Akbar, Allahu-Akbar' ('Alá é
grande')", explicou um líder local que perdeu quatro irmãos no massacre
do qual conseguiu escapar.
"Os
atacantes não pararam de atirar até que todos que ficaram lá estivessem
mortos", contou. O senador pela região, Muhammed Ndume, afirmou que os
cidadãos da região estão "sob o jugo" de Boko Haram, e criticou a lenta
reação do governo federal.
"É triste
que precisemos esperar que o povo esteja sendo assassinado para que o
governo tome medidas — disse em alusão ao compromisso do Executivo em
enviar soldados. "Durante muito tempo, a estrada de Gwoza a Maiduguri
foi uma área à qual não iam nem sequer os soldados", lamentou.
Muitos dos
sobreviventes do ataque, sobretudo mulheres e crianças, fugiram para o
vizinho Camarões. Os ataques do Boko Haram causaram cerca de 2.000
mortes desde janeiro passado no nordeste da Nigéria.
Nas últimas
duas semanas, mais de 300 pessoas morreram em diferentes atentados da
milícia radical, que ainda retém mais de 200 meninas sequestradas há
mais de um mês em Borno.
R7

