Nova Ameaça para o Brasil? já há 13 Estados Brasileiros com casos da Febre Oropouche; Estado mais afetado é o Acre com 90% atingido pela doença


A febre oropouche, também conhecida como doença oropouche, é uma infecção endêmica no Brasil. De forma esperada, um número de casos da condição transmitida por mosquitos sempre ocorre, especialmente na região Norte, próximo à floresta amazônica. Entretanto, o nome estranho não tem nada de brasileiro. É uma referência a um rio de Trinidad e Tobago, uma nação caribenha composta por duas ilhas. 


No caso da febre oropouche, o primeiro paciente a ser identificado com o vírus Orthobunyavirus oropoucheense (Orov) morava numa aldeia chamada Vega de Oropouche, localizada próxima do rio Oropouche, em Trinidad e Tobago. Isso aconteceu no ano de 1955.


Naquele ano, o vírus da febre oropouche foi isolado do soro — a parte líquida do sangue, sem anticoagulantes — na fase aguda da doença de uma pessoa. Inicialmente, este foi considerado um caso isolado na região do Caribe. 


O nome febre oropouche é uma referência ao local em que o primeiro caso da doença foi identificado, em Trinidad e Tobago 


No entanto, pesquisas sorológicas descobriram, posteriormente, a presença de anticorpos contra a doença no sangue de pessoas e também de animais silvestres na região, como macacos-prego (Cebus capucinus) e bugios (Alouatta seniculus insularis). Este foi um indicativo de que o patógeno circulava na região.


“Em 1960, o vírus foi isolado novamente em Trinidad e Tobago de um criadouro de mosquitos Mansonia venezuelensis”, conta o cientista Michael Edward Miller, em sua dissertação de mestrado no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).


Oropouche no Brasil: 


Curiosamente, nos anos 1960, os pesquisadores brasileiros encontraram, pela primeira vez, uma evidência de circulação do vírus da febre oropouche no país. O patógeno foi identificado em um bicho-preguiça (Bradypus variegatus) morto, encontrado próximo a construção da rodovia Belém-Brasília. 

Em 1961, ocorreu o primeiro grande surto da febre oropouche no Brasil, com possivelmente 11 mil pessoas infectadas com a doença transmitida por mosquitos na cidade de Belém do Pará. Desde então, casos da infecção são detectados todos os anos, com eventuais surtos.

Por aqui, o principal transmissor da doença é o mosquito Culicoides paraenses, também conhecido como mosquito-pólvora ou ainda maruim. Entretanto, outras espécies podem transmitir a doença, relacionada com as Américas.



Atualmente o Ministério da Saúde fez um alerta para o aumento e a disseminação da febre do oropouche no Brasil. Segundo o órgão, até o dia 13 de março de 2024, o País contabilizava 5.102 casos da doença, número cinco vezes maior do que o registrado no ano passado (832). Neste cenário, a pasta chama a atenção de profissionais da saúde para a importância do diagnóstico correto dos pacientes.


O vírus causador da doença é considerado endêmico – ou seja, típico –, da região amazônica. Entre os casos registrados até o momento, 2.947 estão no Amazonas e 1.528 em Rondônia. No entanto, já há ocorrências e casos em investigação em outros 11 Estados: Bahia, Acre, Espírito Santo, Pará, Rio de Janeiro, Piauí, Roraima, Santa Catarina, Amapá, Maranhão e Paraná.


Conheça a febre do oropouche

O vírus oropouche é transmitido aos seres humanos principalmente pela picada do Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. A transmissão ocorre quando um mosquito pica primeiro uma pessoa ou animal infectado e, em seguida, pica uma pessoa saudável, passando a doença para ela.


Ciclo silvestre: nesse ciclo, animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem carregar o vírus, mas o maruim é considerado o principal transmissor nesse ciclo.

Ciclo urbano: já no ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O maruim também é o vetor principal, porém, alguns casos também podem estar associados ao Culex quinquefasciatus, comumente encontrado em ambientes urbanos.

Como vimos, os sintomas da febre do oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.


Por outro lado, enquanto os pacientes diagnosticados com dengue podem desenvolver dores abdominais intensas e, nos casos mais graves, hemorragias internas, isso não é observado na febre do oropouche. Neste, os quadros mais severos podem envolver o comprometimento do sistema nervoso central, ocasionando meningite asséptica e meningoencefalite (processo inflamatório que envolve o cérebro e as meninges), sobretudo em pacientes imunocomprometidos.


O Estado do Acre tem mais de 300 casos de febre oropouche confirmados em 90% do estado


Entre 2023 e 2024, Sesacre testou 731 amostras da doença e 318 casos foram confirmados em 20 dos 22 municípios acreanos. Brasil contabiliza 5.102 casos da doença, sendo 2.947 deles na Amazônia e 1.528 em Rondônia


Mais de 300 casos de febre oropouche já foram confirmados no Acre entre o ano passado e este ano. Conforme dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesacre), 731 amostras para a doença foram testadas e 318 casos confirmados em 20 dos 22 municípios acreanos, o que corresponde a 90% do estado.


A doença é transmitida principalmente por mosquitos. O vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) é mantido no sangue desses animais após eles picarem uma pessoa ou outro animal infectado.


A maioria dos casos no país foi diagnosticada em pessoas que têm entre 20 e 29 anos, de acordo com o Ministério da Saúde. A doença causa sintomas muito parecidos com os da dengue e os da Chikungunya e é uma arbovirose, ou seja, é transmitida pela picada do mosquito conhecido como maruim ou meruim, como ele também é conhecido.

            Mosquito Pólvora ou Mosquito Maruim transmissor da Febre Oropouche (Foto Reprodução)

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