Controle Social: Maduro anuncia controle biométrico para limitar compras em mercados

Governo acredita que sistema vai impedir a compra de produtos para depois revender no mercado negro ou contrabandear

Clientes fazem fila para pagar por suas compras em um supermercado em Caracas - JORGE SILVA / REUTERS
Por O Globo / Com agências internacionais

Caracas — O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, ordenou na quarta-feira a instalação de máquinas de leitura de impressões digitais nos supermercados para limitar as compras de produtos e alimentos, diante da escassez que vive o país. Para o governo, a medida deve impedir que uma pessoa compre grandes quantidades de produtos para depois revender no mercado negro ou contrabandear para a Colômbia.

— A ordem já está dada, através da superintendência de Preços, para que se crie um sistema biométrico em todos os estabelecimentos e redes distribuidoras e comerciais da República — disse Maduro durante mensagem em rede nacional de rádio e TV.

O mecanismo utilizará leitores óticos de impressões digitais para reconhecer cada comprador de produtos básicos. O sistema visa a impedir que uma pessoa compre o mesmo produto duas vezes na mesma semana, em qualquer das redes governamentais da Venezuela. Maduro declarou que o sistema biométrico será “perfeito” e servirá para evitar o que chamou de fraude envolvendo milhões de litros de gasolina e toneladas de alimentos subsidiados pelo governo, no momento em que a Venezuela enfrenta a falta de diversos produtos básicos e uma inflação de 60%.

De acordo com o governo, a escassez é causada pelo contrabando especialmente com a Colômbia, o que custaria ao país pelo menos 40% dos alimentos e medicamentos necessários para atender a demanda interna. Do outro lado da fronteira, um quilo de farinha é vendido por um preço até seis vezes maior do que o praticado na Venezuela.

Maduro também anunciou um sistema de referência que processará a informação de tudo o que for distribuído e armazenado para todos os produtos e insumos. O presidente ordenou ainda o confisco, de maneira imediata, de todos os itens utilizados para contrabando, incluindo galpões e veículos, que serão revertidos para os programas estatais de alimentos.

Nas redes sociais, muitos internautas criticaram a medida e a compararam ao sistema de racionamento cubano. Os opositores ao governo defendem que o sistema socialista venezuelano está prestes a ruir e apontam o contrabando e as longas filas por comida como sintomas de uma economia que se baseia em sistemas de controle de câmbio e preços.

Fontes: O Globo , Revellati Online

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