A guerra entre Israel e o Hamas já está impulsionando a agenda do Great Reset.


A agenda do Great Reset continua a avançar silenciosamente, nos bastidores do poder, enquanto os os media entretêm a opinião pública com o conflito entre sionistas e jihadistas. Mas também é verdade que, nos seus vinte e poucos dias de duração, a própria guerra já fez avançar essa agenda.

 

A censura ganha um novo fôlego.

A normalização da supressão da dissidência e a criação de uma cultura de medo em torno da liberdade de expressão são um motor fundamental do Great Reset, porque os outros passos rumo à distopia são muito mais fáceis se os protestos inconvenientes e as vozes discordantes forem proibidos ou silenciados.

E, naturalmente, os apelos à supressão da liberdade de expressão têm surgido por todo o lado desde o início da guerra no Médio Oriente. O comissário da União Europeia, Thierry Breton, enviou cartas de aviso a todas as grandes plataformas de redes sociais, alegando que precisavam de “combater a desinformação” em relação a Israel e ameaçando-as com multas. Estudantes de Harvard e Berkeley foram incluídos numa “lista negra” por terem manifestado o seu apoio à Palestina. As polícias alemã e francesa estão a dispersar manifestações a favor da Palestina, enquanto no Reino Unido e nos Estados Unidos se apela à detenção de pessoas que agitem bandeiras palestinianas ou à deportação daqueles que “apoiam o Hamas” (vão ter que deportar muitos membros, nativos, do Partido Trabalhista e do Partido Democrata, respectivamente).

Criar uma cultura do medo, fazer com que as pessoas pensem duas vezes antes de se expressar ou de expressar as suas opiniões políticas, é apenas uma das muitos vectores que a Covid, a Ucrânia, as alterações climáticas e agora a influência sionista têm em comum.

 

Subitamente, o software de reconhecimento facial é virtuoso.

A ascensão do software de reconhecimento facial – uma ameaça ao direito à privacidade – está também em alta, e mesmo os seus detratores recuam agora, por solidariedade com o governo de Netanyahu.

Antes do “ataque surpresa” do Hamas, a utilização por Israel da tecnologia de reconhecimento facial (TRF) foi apelidada de “apartheid automatizado” pela Amnistia Internacional. Nos EUA, há muito que os estados se opõem à utilização da TRF, tendo alguns apresentado projetos-lei para a proibir completamente.

Agora, porém, Israel tem estado alegadamente a usar a tecnologia de reconhecimento facial para identificar mortos e feridos, entre outras utilizações. O Jerusalem Post chama-lhe, engenhosamente

“uma ferramenta para ajudar Israel a recuperar da agressão do Hamas”.

E numa coincidência muito curiosa, três dias antes do alegado “ataque surpresa”, o governo sueco foi “forçado” a aumentar a sua utilização devido à “violência dos gangs”.

No Reino Unido, esta situação coincidiu perfeitamente com os planos do governo de transferir todas as fotografias de passaportes da sua base de dados para um programa de reconhecimento facial. Os planos do governo de Sunak suscitaram protestos nenhuns, sobretudo porque ninguém ouviu falar deles. E no Sábado passado, durante a marcha pró-Palestina em Londres, a polícia metropolitana aplicou os poderes da secção 60AA, exigindo que os participantes não cobrissem o rosto, para facilitar a operação da TRF. Ninguém disse uma palavra contra isso. O que era “orwelliano” em Abril é agora – graças ao conflito do Médio Oriente – totalmente aceitável.

 

 

O facto das mesmas pessoas que exigem agora que ninguém cubra o rosto terem gritado durante três anos “usem uma máscara!”, é a mais poética das ironias.

E, igualmente irónico, mas muito mais trágico, as mesmas pessoas que se opuseram à utilização desta tecnologia durante os protestos contra os confinamentos, vão aplaudir a sua utilização contra os “simpatizantes do terrorismo”, circusntância que nos conduz diretamente ao próximo item.

 

Dividir a direita e os meios de comunicação social alternativos.

Os meios de comunicação independentes foram a principal razão pela qual a narrativa da “pandemia” ficou aquém dos seus objectivos grandiosos. A narrativa perdeu o seu ímpeto perante a resistência solidificada de toda a direita e da esquerda anarquista ou libertária que ainda sobrevive nesta segunda década do século XXI.

Desde então, um dos principais braços da estratégia globalista tem sido minar essa solidariedade e essa capacidade mediática dos meios de comunicação alternativos, atacando o seu financiamento, limitando o seu alcance na web e – o que é mais óbvio – semeando a discórdia com distracções e “causas” que semeiem a divisão.

Este modus operandi já foi notório a propósito da guerra na Ucrânia, que fracturou completamente a direita. Mas o conflito entre Israel e o Hamas está a quebrar completamente qualquer vestígio de unidade. A acção colectiva e o pensamento independente foram banidos para o reino das sombras em favor do tribalismo. As pessoas foram assim manipuladas para abandonarem uma posição anti-globalista, optando por defender firmemente os “bons globalistas” e condenar histericamente os maus.

Isto não só quebrou a aliança dos dissidentes que combateram confinamentos e mandatos de vacinação, como também pulverizou os seus princípios e desacreditou as suas opiniões.

Muitos – principalmente na direita conservadora – esqueceram que Israel esteve na vanguarda da propaganda Covid, esqueceram que os israelitas foram os primeiros a adoptar draconianos mandatos de vacinação e os primeiros a usar “passes verdes”, e saltaram em sua defesa (ou, mais precisamente, saltaram para a oportunidade de promover uma agenda anti-islâmica).

Muitos esqueceram que Israel tem uma embaixada feliz em Davos.

E agora, enquanto defendem genocídios, aplaudem a suspensão da liberdade de expressão aos “simpatizantes do terrorismo”.

Veja-se o caso de Douglas Murray, por exemplo, que é considerado um “absolutista da liberdade de expressão”, mas que, na sequência do “ataque surpresa”, está a escrever colunas com títulos como este:

Porque é que permitimos protestos que glorificam o massacre?

Quer estas pessoas tenham sido genuínas no protesto pela liberdade de expressão ou não, a sua credibilidade nessa frente está agora quebrada para todo o sempre.

Este tweet aqui, diz tudo:

 

Tradução do Tweet: Aqueles que antes permaneciam unidos, devido às suas experiências de uma Pandemia de Covid-19 manipulada e subsequente lançamento de vacinas experimentais, estão agora todos divididos sobre uma situação manipulada envolvendo a Palestina e Israel.


¨Por favor, dêem um tapinha nas costas. Todos vocês merecem uma medalha¨.


A falácia do “mundo multipolar”.

Um outro conceito que continua a fracturar o movimento céptico da Covid é o do chamado “mundo multipolar”.

O facto da força dominante do mundo ser uma elite globalista que não reconhece nações ficou brutalmente claro com a falsa “pandemia”. Um dos principais objectivos dessa elite globalista tem sido, desde então, o de obliterar esse facto da mente colectiva.

E assim, está a ser vendida uma falsa narrativa de que o Império dos EUA, em ruínas, representa o “globalismo” e que existe um eixo de oposição na forma da aliança recente entre a Rússia, a China, a Índia, o Irão, a África do Sul e o Brasil, entre outros países.

Esta narrativa tem sido vendida tanto pelos media tradicionais como pelos alternativos desde o início da “operação militar especial” da Rússia. E o ContraCultura, em certo sentido – o do combate à demonização cega de Vladimir Putin e à apologia absurda e maniqueísta do regime Zelensky – também tem colaborado nesse programa, se bem que inadvertidamente e, considerando todas as variáveis, sem grandes arrependimentos.

Seja como for, trata-se de uma narrativa binária simplista do tipo bom/mau, concebida para tirar da cabeça das pessoas os anos de cooperação global em grande escala entre estes supostos “inimigos”. O próprio Putin já teve boas relações com o World Economic Forum. O Banco Central Russo tem uma agenda muito parecida com a do Banco Central Europeu e a da Reserva Federal Americana, principalmente no que toca à digitalização do dinheiro e ao controlo apertado do seu acesso.

E países como a China, a África do Sul ou o Irão, ou políticos como Lula da Silva, não são amigos de ninguém que ame a liberdade e queira ver ressuscitados os valores constitucionais e os direitos civis que fundaram a civilização ocidental, ou as virtudes de uma economia descentralizada, não corporativa, de fundamentos liberais clássicos.

Acontece que o conflito Hamas-Israel já está a contribuir para promover esta narrativa enganadora. Cria a impressão de um mundo dividido ao longo de linhas antigas e estafadas que cada vez fazem menos sentido.

A pandemia tornou claro que as elites, sejam elas sediadas em Pequim, em Davos, em Bruxelas, em Washington ou em Nova Deli, estão todas a seguir o mesmo guião. As actuais guerras servem lindamente para nos fazer esquecer esse facto. E se isso significa que uns milhões têm de morrer no processo – que morram. Tanto o Ocidente como o Oriente ficaram satisfeitos por matar os seus próprios povos com confinamentos e injecções tóxicas – então porque não com mísseis?

 

Ruído: uma arma poderosa.

Estamos a ser bombardeados com memes em terceira-mão da Guerra Fria e da “guerra ao terror” que nos tentam persuadir de que os nossos inimigos são os russos, os judeus, os muçulmanos, quando o verdadeiro mal reside não nos povos, mas na coordenada operação de quem os dirige.

A Coreia do Norte foi acusada de fornecer armas ao Hamas. O Irão terá financiado – ou mesmo planeado – o ataque a Israel. Até a Rússia, que tradicionalmente e por questões internas, se opõe fortemente a todo e qualquer “terrorista” islâmico, está a dar sinais de comprometer a sua habitual “neutralidade” em relação à Palestina, cometendo o pecado capital de enviar medicamentos e mantimentos para Gaza e de propor resoluções de cessar-fogo no Conselho de Segurança da ONU (que os EUA vetaram imediatamente, como é óbvio). Por causa disso, os deputados israelitas estão a ameaçar a Rússia com a guerra, em directo, na RT. Enquanto isso, Joe Biden equipara deliberadamente o Kremlin ao Hamas. Vlodomyr Zelensky fez o mesmo  logo que ocorreu o “ataque surpresa”. As linhas de batalha de um suposta “terceira guerra mundial” estão a ser traçadas sobre a confusão, a desinformação e a alienação da opinião pública.

É por isso que acontecem estas coisas:

 

 

Tudo isto alimenta a ilusão de que enormes e sísmicas diferenças ideológicas separam estes estados-nação, quando na realidade partilham a grande maioria dos objectivos do Novo Normal e tanto Israel como o Hamas sacrificaram os seus povos no altar da Pfizer. Qualquer afirmação de que se preocupam com a vida dos civis agora – de qualquer um dos lados – deve ser encarada com o mais absoluto cepticismo.

 

E concluindo: continuamos a ser inexoravelmente arrastados para a mesma agenda distópica de sempre.

Como é fácil de observar, o “ataque surpresa” do Hamas deu um novo impulso a alguns dos objectivos que têm estado na lista de tarefas dos poderes instituídos há algum tempo.

Fala-se de uma crise de refugiados que vai aumentar a imigração ilegal e criar acrescidas tensões sociais na Europa e nos EUA, ao mesmo tempo que fornece aos governos ocidentais uma justificação para a miséria financeira e a sobrecarga fiscal que deliberadamente criaram.

Os preços do petróleo já estão a subir e, a qualquer momento, pode surgir a próxima “crise energética”, que só vai agravar a outra “crise energética” resultante das desastrosas e ineficazes sanções impostas à Rússia.

Talvez sejam as nações do Golfo a embargar Israel, ou as nações ocidentais a sancionar quem quer que seja, mas estão a preparar o terreno. O Wall Street Journal alerta para os “ecos de 1973”, os EUA venderam metade das suas reservas e podem não estar “preparados para uma crise”.

As parangonas da comunicação social alertam para uma “crise potencial”, que será imediatamente aproveitada para servir a agenda das “alterações climáticas”. Dir-nos-ão que há um lado positivo porque estamos a “aumentar a nossa dependência das energias renováveis”.

É um imenso emaranhado de mentiras, mas todas elas vão na mesma direcção. Como sempre.

Já há muita discussão, nos meios de comunicação alternativos, sobre a natureza do Hamas. Até que ponto foi o movimento criado, ou pelo menos alimentado por Israel, de forma a criar divisões na Palestina e fragilizar a OLP? E até que ponto é que esta lógica se estende ao próprio “ataque surpresa”? Há quem acredite, com boas razões, na verdade, que se tratou de uma “falsa bandeira”. Inexplicáveis “falhas de informação”, avisos ignorados e respostas atrasadas, por parte de um governo sionista e das suas forças militares e de inteligência que não têm propriamente reputação de ser, em matéria de segurança, incompetentes, deixam no ar muitas e legítimas interrogações

E nos tempos que correm, em que as teorias da conspiração são uma espécie de método científico para chegar à verdade dos factos, quem sabe que intenções, que volições, que planos maliciosos e perversos estão por trás de toda esta fenomenologia?

Seja qual for a a realidade da situação no Médio Oriente, não há como negar que já está a contribuir intensamente para promover a agenda distópica que nos é, infelizmente, tão familiar.


FONTE: CONTRA CULTURA

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