Por chamada de vídeo, Biden diz em conversa para Vladimir Putin que irá impor ¨custos severos¨ a Moscou caso a Rússia prossiga com uma invasão à Ucrânia.


O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse neste sábado (12) ao presidente russo, Vladimir Putin, que uma eventual invasão da Ucrânia implicará uma resposta "rápida e decisiva" do Ocidente, com "custos severos" à Rússia.


"Enquanto os Estados Unidos continuam preparados para se engajar na diplomacia, em plena coordenação com seus aliados e parceiros, estamos igualmente preparados para outros cenários", disse Biden a Putin em conversa telefônica, segundo comunicado divulgado pela Casa Branca.


Biden disse ainda que uma ofensiva contra a Ucrânia causaria "sofrimento humano generalizado".


O telefonema foi "profissional e substantivo" e durou mais de uma hora. Washington informou, contudo, que a conversa não resultou em "mudança fundamental" sobre a mobilização de tropas russas nas fronteiras com a Ucrânia.


O Kremlin, por sua vez, informou que Putin e Biden concordaram em "prosseguir" com o diálogo sobre a Ucrânia.


Após dias de esforços diplomáticos para tentar baixar a tensão no leste europeu, a crise voltou a escalar com exercícios militares e trocas de acusações. Na quinta-feira (10), o Kremlin iniciou manobras com as forças da Belarus, ditadura aliada que fica ao norte da Ucrânia, com cerca de 30 mil soldados russos e um número incerto de belarussos operando sistemas antiaéreos, blindados e aviões de ataque avançados.


Na sexta (11), o conselheiro de Segurança Nacional de Biden, Jake Sullivan, voltou a falar, sem citar evidências específicas, que a Rússia já reuniu forças suficientes para lançar uma ofensiva militar contra a Ucrânia "a qualquer momento".


A embaixada dos EUA na Ucrânia anunciou que decidiu retirar seu pessoal não essencial da sede em Kiev, e Moscou também informou que reduziu seu corpo diplomático no país vizinho. Alemanha, Reino Unido, Bélgica, Holanda, Canadá, Noruega, Austrália, Japão e Israel recomendaram a seus concidadãos que deixem a Ucrânia.


A embaixada do Brasil em Kiev divulgou um comunicado no qual pede que os cidadãos brasileiros na Ucrânia se mantenham em alerta, mas informou que não há recomendação contrária à presença no país.


Neste sábado (12), o Ministério da Defesa russo informou ter interceptado um submarino dos Estados Unidos no Pacífico, próximo a uma ilha no leste do país. Em comunicado, a pasta disse que a embarcação ignorou um alerta dado pela Marinha russa e, então, usou "meios apropriados" para forçar o submarino americano "a sair das águas territoriais russas a toda velocidade".


Mais cedo, em conversa por telefone com o presidente francês, Emmanuel Macron, Putin chamou de "especulação provocativa" a alegação dos EUA de que a Rússia prepara uma invasão da Ucrânia.


"Vladimir Putin e Emmanuel Macron discutiram [...] especulações provocativas relacionadas a uma suposta 'invasão' russa da Ucrânia, acompanhada por entregas significativas de armas modernas para aquele país", disse a presidência russa.


Macron, por sua vez, disse a Putin que "um diálogo sincero não é compatível com uma escalada militar" na fronteira da Rússia com a Ucrânia, informou o Palácio do Eliseu.

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