Macron manda indireta pro Brasil e diz que UE não deve assinar contratos com quem desrespeita Acordos de Paris


Durante palestra no Parlamento Europeu, presidente francês volta a citar o não cumprimento de leis ambientais por parte do Brasil como impeditivo para acordo entre Mercosul e União Europeia entrar em vigor.

Em seu primeiro discurso no Parlamento Europeu desde o início da presidência rotativa da França na União Europeia, em 1° de janeiro, o presidente, Emmanuel Macron, fez um pronunciamento defendendo a soberania europeia e saudando a eficácia do bloco diante da pandemia da COVID-19.

Além desses tópicos, outros assuntos foram abordados pelo mandatário, como a segurança e a preservação ambiental. Neste último quesito, Macron fez questão de ressaltar o não cumprimento do Brasil nos Acordos de Paris.


Macron discursa no Parlamento Europeu no início da presidência francesa do Conselho da União Europeia, durante uma sessão plenária em Estrasburgo, França, em 19 de janeiro de 2022 © REUTERS / Gonzalo Fuentes


"A França é o país que mais se opôs à assinatura de novos acordos e que denunciou o Mercosul, levando em conta justamente o não respeito dos Acordos de Paris pelo Brasil", disse o chefe de Estado citado pelo UOL.

O mandatário afirmou ainda que pretende manter essa postura durante a presidência rotativa da UE. O líder francês insistiu que "a Europa não deve assinar contratos com potências que não respeitam o Acordo de Paris".
Não é a primeira vez que Macron se posiciona claramente contra o acordo Mercosul-União Europeia, que foi fechado durante o governo Bolsonaro, mas não entrou em vigor, visto que precisa do sinal verde de todos os países participantes do bloco europeu para acontecer.

Especialistas apontam que, de fato, a não efetivação do pacto entre os dois blocos em grande parte não acontece pelos europeus não enxergarem uma condução competente do governo brasileiro diante das questões ambientais, e que esse "é um tema caro para UE e que, por isso, os países europeus exercem pressão e não ratificam o acordo".
"É um acordo aprovado, mas não entrou em vigor em virtude da política do governo brasileiro que se afastou muito dos países europeus durante a atual administração", afirmou Roberto Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM Porto Alegre. 

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