Bolsonaro sobre viagem de ida à Rússia: 'Ucrânia só será pauta se presidente russo trouxer o assunto'


Com pressão dos EUA por posicionamento, mandatário mais uma vez confirma visita à Rússia e diz que tópico sobre Ucrânia não faz parte dos seus objetivos, ao mesmo tempo que defendeu interesses comerciais durante seu percurso em Moscou.

O presidente, Jair Bolsonaro (PL), está com viagem marcada para Rússia em fevereiro, e com os diálogos entre EUA, OTAN e Kremlin sobre questões de segurança em alta, o mandatário está sendo pressionado para comentar sobre o assunto.

Em entrevista à Record nesta segunda-feira (31), Bolsonaro defendeu mais uma vez a visita ao país russo e disse que só tocará no tópico sobre a Ucrânia se o tema vier através do homólogo russo, Vladimir Putin, segundo a revista Veja.


"Os países [Rússia e Ucrânia] tiveram problemas no passado semelhantes a esse. A gente espera que tudo se resolva, com tranquilidade e harmonia, o Brasil é um país pacífico. Agora, obviamente, se esse assunto vier à pauta, será pelo presidente russo, não pela nossa parte. Queremos é cada vez mais integrar com o mundo todo na relação comercial, e poder colaborar, no que for possível, para a paz mundial", disse Bolsonaro.


O presidente ainda fez questão de assinalar que a viagem tem como prioridade tratar da relação comercial entre os países, sobretudo a negociação de fertilizantes para o agronegócio, de acordo com a mídia.


No entanto, a notícia da viagem não agradou muito ao governo dos EUA, que na sexta-feira (28) – um dia após o mandatário confirmar sua ida a Moscou – declarou em nota à BBC Brasil que estavam cientes da viagem do presidente "por causa de informações públicas", mas que pensam que "o Brasil tem a responsabilidade de defender os princípios democráticos e proteger a ordem baseada em regras, e [deve] reforçar esta mensagem para a Rússia em todas as oportunidades''.


Segundo a BBC, em forma de anonimato, um diplomata brasileiro afirmou que Brasília trata de modo "soberano" seus interesses, "sem ter que pedir autorização a nenhum outro país" e, historicamente, "conversa com todo mundo, sem que isso signifique concordar com tudo o que o interlocutor faz".


Hoje (31), o vice-presidente, general Hamilton Mourão, defendeu a pressão russa diante da expansão da OTAN para países do Leste Europeu e ressaltou a importante parceira de Brasília com Moscou no âmbito do BRICS, conforme noticiado.


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