Bernard e seu plano de fuga
A Ucrânia vive uma forte crise política. Manifestantes e
policiais já morreram em confrontos nas ruas da capital Kiev nos últimos
meses. Na iminência de o clima ser o mesmo em Donetsk, cidade do
Shakhtar, o meia-atacante Bernard revelou nesta segunda-feira que já tem um esquema de segurança pronto para deixar o país.
Ao
desembarcar em Joanesburgo para o amistoso da seleção brasileira contra
a África do Sul, quarta-feira, às 14h (de Brasília), o meia-atacante
admitiu tensão.
- É complicado, a situação está um
pouco tensa por lá. A violência até agora estava longe, mas os
manifestantes já partiram para lá (Donetsk). Tomamos as providências
necessárias. Temos passagem para deixar o país se for preciso e deixamos
o nosso nome na embaixada. Tudo para o caso de um voo urgente –
declarou o jogador.
Bernard
mora na Ucrânia há sete meses e tem a companhia de seu pai e de seu
primo. Todos eles já têm passagem emitida para deixar o país.
-
A gente não sabe o que esperar. Tem essa preocupação, sim. É tudo um
pouco estranho, mas eu sempre mantenho o foco e tento ficar tranquilo
para jogar futebol. Agora não tem chance de sair. Tenho sete meses no
clube e o presidente fez um investimento muito alto na minha contratação
– acrescentou Bernard.
Entenda a situação na Ucrânia
Em
novembro do ano passado, o então presidente Viktor Yanukovich desistiu
de assinar um acordo de livre-comércio e associação política com a União
Europeia (UE). A justificativa dele é que seu governo estava buscando
relações comerciais mais próximas com a Rússia, seu principal aliado.
Há,
no entanto, uma divisão interna do país. Parte dele é favorável à
associação com a UE e outra parte apoia a aproximação com a Rússia.
Milhares foram às ruas tentar demover o presidente de sua decisão, mas
não conseguiram. Em dezembro, Yanukovich assinou acordo os russos, que
investiram US$ 15 bilhões.
Em janeiro, a onda de
protestos aumentou e ocorreram as primeiras mortes nas ruas de Kiev.
Dias depois, mais manifestações e mais mortes. Oposição e governo
sentaram para conversar e não chegaram a um acordo. E no último dia 22
de fevereiro, o presidente Viktor Yanukovich foi destituído.
Oleksander
Turchynov, presidente do Parlamente que destituiu o presidente, assumiu
o governo interinamente e afirma que a associação com a União Europeia é
prioridade. Mas o clima de conflito continua no país. Ainda mais depois
que o governo russo colocou tropas na região ucraniana de Crimeia. Há
risco de guerra.© Copyright 2014Globo Comunicação e Participações S.A.